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Maarten Janssen, 2014-

CARDS1029

1762. Carta não autógrafa de Rosa Maria Egipcíaca, escrava forra, para Pedro Rodrigues Arvelos, lavrador.

ResumoRosa Maria pede desculpa por escrever a correr, mas está muito ocupada. Dá notícias de Faustina a seus compadres, bem como do padre Francisco. Faz alusão a remédios caseiros (baldroegas, malvas). Toda a carta, à semelhança das outras, é escrita num tom muito religioso.
Autor(es) Rosa Maria Egipcíaca
Destinatário(s) Pedro Rodrigues Arvelos            
De América, Brasil,Rio de Janeiro
Para S.l.
Contexto

Há três fontes documentais e uma monografia que permitem contextualizar a personagem histórica de Rosa Maria Egipcíaca, bem como o círculo em que se movia: trata-se dos processos 2901, 9065 e 18.078 da Inquisição de Lisboa, arquivados no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, e uma monografia da autoria do antropólogo Luiz Mott (Mott, L. 1993. Rosa Egipcíaca, uma Santa Africana no Brasil. Bertrand Brasil). As pessoas envolvidas nos processos 2901 e 9065 enquanto réus são Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz, escrava forra (natural de Ajudá, na costa de Benim, África, de etnia courã e residente no Brasil), o Padre Francisco Gonçalves Lopes (português, residente no Brasil) e o Padre João Baptista de Capo Fiume (italiano, residente no Brasil). Os primeiros dois conheceram-se em São João del Rei (Minas Gerais), ainda Rosa era escrava. Segundo o seu testemunho, em 1748 converteu-se à vida religiosa guiada pelo Padre Francisco Gonçalves Lopes e abandonou um passado de prostituição. Afirmou à Inquisição ter sentido “invasões espirituais malignas” e ter sido exorcizada pelo padre. Alguns acontecimentos foram contribuindo para a crescente má fama de Rosa e para a desconfiança das autoridades em relação a ela. Em 1749, numa igreja, estando Frei Luís de Peruggia a discursar, Rosa levantou-se e gritou algo sobre os demónios presentes no local, caindo depois no chão. Foi imediatamente exorcizada, mandada prender pelo bispo e açoitada no pelourinho da praça pública, episódio que a terá deixado paralisada do lado direito. Depois disso não havia quem a confessasse e Rosa pediu uma audiência ao bispo de Mariana para provar a sua sinceridade. Foram feitas provas de exorcismo na presença de vários sacerdotes, mas a escrava não conseguiu convencê-los de que estava possuída. Vendo o seu desespero, o padre Francisco Gonçalves Lopes convenceu Pedro Rodrigues Arvelos ‒ um lavrador amigo de ambos – a comprar Rosa à sua proprietária, e assim a escrava foi trocada por um “moleque”. Em 1751, Rosa e Francisco Gonçalves Lopes decidiram ir para o Rio de Janeiro, dada a sua fama de "velhaca" em Minas, e segundo o testemunho do Padre Filipe de Sousa, próximo dos réus, porque quiseram fugir a um possível julgamento de Rosa. Foram vivendo em casa de amigos do padre e a escrava mudou de nome, acrescentando-lhe "Maria Egipcíaca da Vera Cruz". Em 1751, Rosa aprendeu a escrever com Maria Teresa do Sacramento. Há dois documentos originais da sua letra nos processos da Inquisição, ao lado de muitos outros de que foi autora mental por os ter ditado à sua mestra de escrita. O seu director espiritual passou a ser Frei Agostinho. Em 1754, Rosa, o padre Francisco, frei Agostinho e alguns patrocinadores fundaram o Recolhimento de Nossa Senhora do Parto. O bispo do Rio de Janeiro, Dom António do Desterro, nomeou como primeira regente Maria Teresa do Sacramento (de 28 anos, natural de Lisboa), embora fosse Rosa a verdadeira responsável pela instituição. O Recolhimento seria destinado "a mulheres pecadoras que nos confessionários diziam que tinham ofendido a Deus por não terem casas para morar" (p. 42 do livro de Luiz Mott) e teve diversas recolhidas de várias idades. Maria Teresa não se sentiria como total regente, e, juntamente com Frei Agostinho cujos exorcismos não resultavam com Rosa, denunciou a africana ao bispo pelo seu comportamento estranho. Isto porque Rosa continuava com frequentes ataques e desmaios, chegando a agredir e maltratar quem estivesse por perto, necessitando de muitas atenções e diversos exorcismos, descritos por algumas testemunhas do processo inquisitorial. Frei Agostinho deixou de ser seu director espiritual, também por ter adoecido, e foram nomeadas outras pessoas para essa função. A fama de Rosa agravou-se também porque, estando numa igreja a assistir à missa, viu que estavam duas senhoras a conversar e avançou sobre elas. Destas duas pessoas, uma pertencia à elite do Rio de Janeiro (Dona Quitéria), o que fez com que, por ordem do bispo, Rosa fosse expulsa do Recolhimento de Nossa Senhora do Parto (1758). Dificilmente a ré se livraria da fama de embusteira, mas para que Rosa não recebesse nova sentença de açoites ‒ que teria, como escrava -, pediu a Pedro Rodrigues Arvelos a sua carta de alforria, e tornou-se liberta. Nos sete meses seguintes, Rosa viveu em casa de uma amiga, e depois na casa do padre Francisco Gonçalves Lopes, anexa ao Recolhimento. Entretanto, ficou como seu director espiritual Frei João Baptista, e durante este tempo Rosa disse ter a premonição de um dilúvio. Houve alguma expectativa em relação a esse acontecimento e, quando ele se deu, cresceu ainda mais a sua fama. Voltou a entrar para o Recolhimento sem explicação aparente (mas como na época o bispo estava doente, pode ter havido um aproveitamento da sua debilidade). No ano de 1759, as quatro filhas de Pedro Rodrigues Arvelos e Maria Teresa Arvelos entram para a instituição (Maria Jacinta, de 13 anos, Faustina, de 16, Genoveva, de 19, e Francisca Tomásia, de 11). Rosa era motivo de adoração, tal como as suas relíquias (dentes, sangue, cabelos, cartas, roupas e saliva, com que se faziam bolinhos para alívio das meninas que sentissem maus espíritos). Chegou-se a mandar fazer um retrato de Rosa para ser adorado na igreja, mas a Inquisição nunca o conseguiu encontrar. Já em 1762, a 22 de Janeiro, Dom António do Desterro pediu que Rosa e o padre Francisco Gonçalves Lopes fossem presos por culpas de heresia formal. Coube ao Promotor do Juízo Eclesiástico local, Dr. António José Correia, formalizar o auto de denúncia, levando a portaria a casa do Padre António José dos Reis Pereira de Castro (principal representante da Inquisição no Rio de Janeiro), que tinha sido já quem ordenara a sua anterior expulsão do Recolhimento. Não há indicação da causa de uma acusação formal repentina, mas, segundo Luiz Mott, seria por Frei Manuel da Encarnação ter sido eleito em 1761 Vigário Geral, e ter sido ele um dos que pressionaram o bispo para que punisse Rosa na altura do incidente com Dona Quitéria. Ao todo foram ouvidos no Rio de Janeiro doze homens e sete mulheres, sendo o primeiro o Padre Francisco Gonçalves Lopes, que relatou episódios passados com a ré, mas sem a acusar. No entanto, a maior parte dos testemunhos foram incriminatórios e o comissário declarou haver fundamento para um mandado de prisão, que foi dado a 4 de Fevereiro de 1762. Mais nove testemunhas foram ouvidas até ao dia 13 do mesmo mês, também elas maioritariamente incriminatórias. No dia 20 começou o interrogatório a Rosa, e o padre acabou também por ser detido a 8 de Março do mesmo ano. No dia 6 de Março, Maria Teresa Arvelos apresentou-se ao inquisidor e entregou-lhe 55 cartas que ela e seu marido tinham recebido em São João del Rei (26 ditadas por Rosa, 22 do Padre, 4 de Maria Jacinta e 3 assinadas por Faustina, ambas filhas dos Arvelos), bem como um manuscrito que relatava algumas visões da ré. A 12 de Março foi a vez de seu marido se apresentar, procedimento comum na época, pois quem tivesse relação com um réu auto-incriminava-se, já que os arrependidos ou confessados podiam ter a condescendência do Tribunal do Santo Ofício. Rosa e Francisco Gonçalves Lopes estiveram presos durante um ano seguido à espera de ordens de Portugal. O único bem confiscado ao padre foi inexplicavelmente o seu escravo Brás, que por causa das acusações contra seu senhor também foi preso. Foi leiloado em Agosto, e do processo consta o "Auto de Arrematação do Mulato Sequestrado do Padre Francisco Gonçalves Lopes", que foi vendido por 510 réis. A 1 de Março de 1763, o escrivão deu os autos como conclusos, pois da parte da justiça do bispo já não se poderia actuar. A 29 de Março do mesmo ano, o Comissário António José dos Reis Pereira e Castro determinou a remessa dos presos para o Tribunal do Santo Ofício de Lisboa. As despesas da viagem foram pagas com o dinheiro conseguido com a venda do escravo Brás. Chegaram a Lisboa a 2 de Agosto de 1763 (a viagem terá demorado cerca de três meses) e foram encaminhados para os cárceres da Custódia. Foram revistados e o que confiscaram ao padre foi: uma caixa de tabaco velha de prata, um breve de marca com seu cordão, tudo em ouro, um garfo e colher de prata, 60 réis e um lenço com um embrulho de papéis. Ainda nesse dia foram transferidos para os Cárceres Secretos. A partir de 19 de Outubro, Rosa foi ouvida, mas o padre adoeceu, de modo que passou um ano até ser interrogado pela primeira vez. Na sala de audiências estariam o réu, os guardas que controlavam as saídas, um inquisidor e um notário. Rosa teve seis sessões de interrogatório muito espaçadas, que decorreram até 4 de Junho de 1765 (ano dos seus 45 anos) ficando sempre presa no cárcere inquisitorial. A Mesa pediu que todas as onze testemunhas do Brasil voltassem a ser inquiridas e que se encontrasse o terceiro réu do processo, Frei João Baptista de Capo Fiume. Mandou também que se procurasse o retrato de Rosa que era adorado no Rio. Quanto a Frei João Baptista, o familiar responsável disse ter procurado o sacerdote, mas os que o conheciam disseram que tinha voltado para Itália (terá falecido em 1786, em Bolonha, no seu convento, aos 74 anos). Quanto aos interrogatórios feitos ao padre Francisco, esses tiveram início a 29 de Março de 1764. O réu tentou desresponsabilizar-se alegando que tinha sido enganado por Rosa e pelo crédito de que ela auferia, enquanto santa, da parte de sacerdotes com posição hierárquica superior à sua. Entretanto, descreveu no processo as experiências vividas com aquela ré, chegando inclusivamente a relatar um episódio em que Rosa o terá tentado seduzir. A Mesa conclui que o réu seria culpado, suspendeu-o de confessor e de exorcista, obrigou-o a orações diárias e condenou-o a cinco anos de degredo em Castro Marim. Permitiu, no entanto, que continuasse a celebrar missa. A 24 de Março de 1766, o sacerdote partiu para o degredo, mas o facto de ter adoecido em Castro Marim levou a que lhe fosse autorizada a transferência para a sua Beira natal. O processo de Rosa ver-se-ia prejudicado pelas novas audiências às testemunhas do Brasil, na sua maioria desfavoráveis à sua libertação. Este processo termina com um escrito de Ana do Coração de Jesus (rapariga recolhida no Rio de Janeiro) com acrescentos ao seu depoimento.

O processo 18.078 consiste na minuta da certidão da fé de notários e auto de falecimento da ré Rosa Maria Egipcíaca e nele pode ler-se: "Em o dia de hoje doze do prezente mez de outubro do prezente anno de mill setecentos e setenta e hum fomos ambos chamados aos carceres secretos desta inquizição e indo em companhia do guarda António Bapstista e dos digo que serve de Alcaide do Medico e mais guardas ao carcere da cozinha nella achamos hum corpo morto que reconhecemos ser da preta Roza Maria Egisiaca contheuda nestes auttos na qual se achava preza aqueles ditos Medico Alcaide guardas nos foi dito que ella tinha falecido de sua morte natural originada de varias molestias que padesia complicadas com achaques e que for a vezitada pelo nosso medico e cerurgião administrandoselhe varios remedios neçessarios para a dita enfermidade e recebera o sacramento dascensão de que se pasou esta certidão que asinamos em os ditos doze do corrente mez de 1771 Manoel Ferra. De [Mez.]".

Suporte uma folha de papel dobrada escrita em todas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 14316
Fólios 63r-64v
Transcrição Ana Guilherme
Revisão principal Mariana Gomes
Contextualização Rita Marquilhas
Modernização Sandra Antunes
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2008

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J M J A J

Meus muntos queridos e Amados Snors filhos e Compadres Snor Pedro Roiz alvelos e snra Maria Thereza de Jezus Resebi as suas Cartas Com mto gosto e Comtentamento de ver logravã saude Deos nosSo Snor lha conserve por mtos annos em seu santo serviso para emparo de mim e de todas as minhas filhas e de todos os mais nesesitados pecadores a minha ao prezente he bõa seja Deos Louvado Comforme he o seu Agrado e esta disponho ao dispor de vmces pa tudo o que forem servidos mandaremme esta faso a vmces a presa porq esta não he a Resposta das que vmces me mandarão porq pertendo esCreverlhe as Respostas mais devagar e agora Como estou Com obra Com presa entre mãos faso estas duas Regras a vmces para que ma Comadre e mais vmce se não desConsolem porque eu pertendo mandalos alegra Com as Respostas no que pertense as nosas filhas porq quando Pastor está no Campo Pastorando as ovelhas que estão transmontadas; quando hũa mete a Cabesa no Coral o Pastor tem esperansas em Deos do que as outras tãobem a hão de meter apos da outra; e tem o Pastor grandes esperansas em Deos de que ele se ha de alegrar e junto Com ele todos os mais Pastores e asim vmces estejem Comtentes e me mandem dar os parabems do meu felis parto; porq ja me naseu huma no parto da Contrisão esta Chamase faustina Ma do menino Jezus da Pirsincula porque ele tem mto zelo dela e anda vegiado que não torne para o seu antigo estado o qual hera da soberba ativa a Snra Sta Anna foi sua Madrinha e o Snor São Joze seu Padrinho o menino Jezus seu Casador fes do meu Corasão harco e frecha para frechala e asim peso a vmces q Com esta Breve notisia a emComende mto mto a Ds e as outras pa que todas Todas se Comvertão e eu tãobem quero que me emComende a Deos a mim e ao meu Padre francisco pa q Deos noso Snor nos dee esforso para trabalharmos na vinha de Ds , e Comvertermos almas para lhe darmos gloria Asidental; vmce me dis que Constetua hũas das meninas para as sortes do Snor São Joaquim eu Constetuo minha filha genoveva e ma filha Maria JaCinta para servirem o Santo por vmces porque faustina não quero q faustina fique porq quero q seja Religioza pobre e que porfese os tres votos de Emvagelho; pobreza vuluntaria obediensia imteira Castidade perpetua que ese he o noso instatuto; e este he o istatuto dos que se Convertem a Deos; não tratar dos bens do mundo senão Com aquilo que lhe derem pelo Amor de Deos porque quero Costumala a viver Como os Caetanos que he vida da devina porvidensia porque esta he a Regra que o Snor me deu; Comer e beber do Amor de Deos; falar e Conversar do Amor de Deos; o mais que fica para dizer a vmces fica para a outra oCazião no q Respeita a demanda o meu Pe dis q está Recluza porque o menistro donde está dis que está doente; Sra Comadre eu Ca falei ao Snor seu primo tornolhe a dizer que he gintil homem porque eu nunca falo afectado de emgano nem tãobem sou linzõjreira e digo q tem bonito modo pa ser mestra de meninos e meninas e a sua molestia dele he sobrenatural; não o estejem esgotando em buticas eu ; lhe dise que Se viese benzer Com o meu Padre; mas ; eu ; Suponho ; que ; ele fas , viagem Com brevidade e presa; por hiso he q não tenho tempo para esCrever mais Largamente ; o meu afilhado sinto mto a sua molestia; vmces tomem humas poucas de Bralidoegas branCas Com Rais e tudo; e lavem mto bem hũas poucas em hũa bazilha nova e Cozamnas e todos os dias os dias demlhe hũa pouca a beber Com hũns pos de asucar de manhãa e tãobem Cozinhem hũas pouCas das mesmas para o bainharem Com elas e no seu Comer tãobem lhas botem e deitelhe pouco de vinagre isto he para adelgasar o fogo e temperar a natureza; porq a molestia por sede do fogo ; da natureza Calida; quando não aparesão braldoegas brancas cozão malvas e demlhe a beber sinto mto que Maria Banguela ainda não tenha tomado Caminho para sua salvasão digalhe vmces se emmende se se quer salvar; eu por não ter tempo não mando dizer a vmces das grandes sentensas que temos sobre toda a Cristandade sem Remedio ha de suseder a nosa Ruina porque o Remedio que ; o povo Cristão o não quer fazer ; e por hiso sem Remedio ha de Suçeder e agora estamos Rindo do mal que está para nos vir e qdo ele vier nos ha de apanhar de Repente; taobem sinto mto as empertinensias do Snor Manoel Pacheco Da Costa Pais de vmces digalhe que se cale q não sabe o que dis q não queira Competir Com o juizo de Deos e que Deos e não outrem he que lhe tirou de ; as suas Netas porq se D quizese q elas tomasem estado para mutiplicar gerasão q houverão de o tomar; mas Como ele não quer ela foi a Rezão por que permetio q elas viesem; e que poderá ser que a sua lingoa dele e mais dos masis serão a esporas que estão pisando a justisima indignasão de Deos para vir sobre nos Com mais furia; q o tempo que ele está falando mal milhor he q se emComende a Deos porque Ds lhe ha de tomar Conta deste tempo mal gasto e com isto não emfado mais a vmces aseitem vmces mtas e e muntas Lembransas minhas e do meu Padre francisco e de minha Mai Liandra e emvio a meu filho a minha Bensão unida Com a dos meus Santisimos Corasois de J M J J A e o mesmo faso a vmces todos e as Snras mosas Meu Padre não sei se esCreverá porque ele anda molesto ainda que de porem Cada paso está de Cama mas Lcas a meus praseiros e praseiras todas particularmte a joaquim e a sua molher e que me emComende a Deos aseite vmces mtas Lcas das Annas Maria Roza Anna franca e Ma Anta as meninas la escrevem a vmces Com mta presa não podem exCrever quanto semtom pa outra oCazião será porque elas andão mto Contentes Como mosas dansando o Amor Com o devino aMor exceto a Irmã genoveva porque ela sempre anda Com humas feridas nos pes não sei que feridas são porq se lhe tem feito varios Remedios e Purgas sarão e tornão a Rebentar não sei se será Cauzada do espirito; digo isto porque qdo ele está em sima Corre bem Como os mais mas quando ele está em baicho não e quando as Criaturas estão atribuladas o seu negosio dele he estar Rindo das aflisois das Criaturas eu ainda os dias pasados dise pasados a meu Pe q a exzorsimase de Repente sararão as feridas Com o exzorsismo como meu Pe não pode Comtinuar para mor das molestias logo lhe abrio hũa ferida no braso e aDs Snors Compadres vmces emcomendem mto a Ds toda a Cristandade

hoje 3 de fevereiro de 1762 De vmces Mai e Comadre que mto e mto os venera Roza Ma Egyciaca da Vera Crus

vmces fasão mto por tirarem Carta de seguro no Corasão de J M J J A que no anno de 1762 temos mta novidade por toda a Cristandade o Senhor nos valha seu amor


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