Summary | Bartolomeu Luís denuncia Rosendo António por difamar o Rei. |
Author(s) |
Bartolomeu Luís
|
Addressee(s) |
Anónimo121
|
From |
Portugal, Lisboa |
To |
S.l. |
Context | Bartolomeu Luis denunciou Rosendo António, proprietário de uma Casa de Pasto na Calçada da Ajuda, o qual tinha sido anteriormente preso por difamar o rei. Entretanto libertado, continuaria a não cumprir os seus deveres de bom súbdito manifestando-se contra o governo real. Este documento é mais um bom exemplo do ambiente de perseguição e de espionagem que caracterizou o governo de D. Miguel e que encheu as cadeias da capital. Não foram certamente só os mais denodados liberais, como Manuel Borges Carneiro, a enfrentar a delação popular. |
Support
| um quarto de folha de papel escrito nas duas faces. |
Archival Institution
| Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository
| Casa da Suplicação |
Collection
| Feitos Findos, Processos-Crime |
Archival Reference
| Letra A, Maço 51, Número 4, Caixa 103, Caderno 3 |
Folios
| 6r-v |
Transcription
| José Pedro Ferreira |
Main Revision
| Cristina Albino |
Contextualization
| José Pedro Ferreira |
Standardization
| Sandra Antunes |
POS annotation
| Clara Pinto, Catarina Carvalheiro |
Transcription date | 2007 |
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Ilmo e Exmo Senhor
Por ser fiel Vacalo, obidiente as Leis do Nosso Amado
Soberano, e o seu
Legitimo Governo. Partiçipo a V Exa
que
por toda a Calcada de Ajuda, e Bairro de Bellem
se diz, e francamente
se tem devulgado; que sendo
prezo Rozendo Antonio, com caza de
Pasto na Cal
cada de Ajuda, por muitas balafemias, que dizia, e
publicamente falava contra o Legitimo Governo do Nosso
Augusto Sobreano: esteve este maldito homem prezo na
Cadeia de Bellem, huns poucos
de dias; dá este
malhado humas testemunhas de mau Credito, e athe
algumas
forão dimitidas do R Serviso, por indignos, e de
muito
maos creditos, outros malhados emcobertos e com
prados por
dinheiro. Sahio o dito malevolo, que não
chegou a estar hum
mez prezo. Corre a noctiçia
e esta devulgado, q fora solto, e livre
por
serta quantia de dinheiro que dera gritão,
e dizem todos, que tal está a
Justiasa, por toda
a parte se houve dizer; seja este homem
pre
guntado, e emdagado, por Juiz imparçial, e
recto, e dezemtersado, a quem
deu este Cri
minozo essa soma de dinheiro, qual foi
a quantia, por onde manou, quem
forão os seos
Agentes. Seja emdagado, o procidimento das
testemunhas, se tem credito, mande
V Exa
V Exa tirar huma
huma seria devassa
para verdadeiro conhecimento, so asim se
pode evitar, semelhantes desreditos; que
será, se
chegar a Real Prezca de S
Magde
q se vende, e se
compra a Justissa, e os imfran
tores são aquelles q não devem
de infregir as Leis
do Soberano, e dezacreditando os rectos
Ministros
de S M e q será
se forem os sugeitos de qm corre
a fama; devem de
ser punidos, e castigados, se
melhantes procidimentos, que tanto dezacreditão
o Legitimo
Governo de S M e q afronta não he
pa Ministro
recto, e inteiro, deve de estar louco
qm Comete semelhantes Crimes; muito
embora
seja perdoado, e sua porta aberta, pa subsistir, a sua
fama mas
seia, pela Alta Grandeza, e Piede do Au
gusto Soberano; mas
por Crime. q tanto dezacredita
os verdadeiros, e fieis Ministros; seja este
homem pre
guntado, e inquirido, e visto o seu prosseco, e huma
justa, e escurpuloza devasa, athe se saber
quem recebeo a soma q esta divulgada, pa q
não se infriga as Leis, e
os exzecritores dellas sejão
mais fieys à S M e áos
seus Minos repare V Exa
nisto, porq se os aCeitantes
são os q se dizem, são
dignos de Contemplacão.
Sou de V EXa
muito
devedor e o Criado
Bartholomeu Luiz