PT | EN | ES

Main Menu


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

CARDS0295

1819. Cópia de carta de Joaquim José da Silva Mourão para sua mulher, Joaquina Teresa.

Author(s)

Joaquim José da Silva Mourão      

Addressee(s)

Joaquina Teresa                        

Summary

O autor relata à sua mulher, entre outras coisas, factos de um crime em investigação.
Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.

Senhora joaquina Thereza minha mulher, a quem deos gu Guarde muitos Annos e dese tra edesetra edesetra Asis tente na Travessa dos Frigidei ros em No A 84 na Villa de santarem Santarem Abrantes o primeiro de Maio de mil oitoÇentos e dezanove Minha querida joaquina do corasão

Com Sumo gosto ei de estimar que estas duas regras te vão achar com as milhoras que eu, e tu dezejas para não termos mais que sentir, que a minha boa Deus Louvado, e ta ofereso muito pronta para em tudo o que for do teu gosto Filha do corasão está serve de saber da tua saude e juntamente a dizerte que resebi A tua carta datada de vinte, nove do corrente e nella vejo que me dizes o não reseberes carta minha o correio passado, o que me fas ademirar, porque eu todos os correios tenho escrevido, pois dis o Padrinho que ta procure porque a os de ter, isto se ta não tirasem, asim como te tirarão á do dia treze do mes passado, pois tu deves de saber que o maior gosto, que eu tenho em estar, á escreverte pois se posivel fosse dezejava Sempre a estar sempre com a pena na mão a escreverte pois o maior dezabafo que o meu O meu corasão tem, não podes fazer ideia o quanto o meu corasão fica de apaxonado em Rezão de tu me dizeres que ainda não vas milhor pois não ha coiza neste mundo que me possa dar alegria em eu pensar que ei de estar vivendo auzente da tua companhia, e não te poder ser bom como que eu dezejo, mas agradeseme a boa vontade que eu tenho porque Deos que o sabe qual ella , e por esta rezão a maior parte das noites passo sem dormir a comsiderar nisto mesmo, pois trago o meu corasão ma Mais triste que a propria noite pois e meu comsiderar que ei de vir a caza, e que te não ei de ver, poemçeme o corasão mais triste que he possivel Filha do corasão aqui chegou o meu Sobrinho que veio do destacamento das fós de Arje, e me dis que foi a terra mas que não se demorou mais do que quatro dias, e no tempo em que elle me dis que esteve ainda não tinha chegado a carta que eu escrevi a tua Mai, porque foi logo no prinCipio do mes de Abril, e a Carta não chegou a Arganil senão Senão de quinze por diante, donde eu mandei a medida das xinelas a teu mano Mano-el, mas como está o filho do joaquim da soma de Bordeiro que ha de aqui chegar no dia dés do corrente talves, elle traga as xinelas porque teu mano disse a meu Sobrinho que logo que elle resebese a medida das xinellas que as fazia, e me dis tãobem que todos andão de saude, e que não escrevião porque não tinhão tempo, o Resto do fiado que nos ficou na mão de minha cunhada izabel que o a de mandar pelo Dito soldado de Bordeiro, e a respeito da troca do fiado que nos fizerão me contou o meu sobrinho como foi a trapassa porque dis que faltara huma miada de caza a minha sobrinha Maria, e que minha cunhada pela não ouvir que lhe dera huma das nossas, e meu sobrinho quando vio o novello que veio de peçós, que disera a Mai que hera pouca vergonha o ella mandar semilhante fiado, porque tu Logo o conhesias, que estivera em lho não aseitar, que ó comprase O Comprasse ella na prassa e que o desse a filha, e não lhe desse do nosso, que hera pouca vergonha, o trazer ssemilhante fiado, agora estou á ver o que ella me manda, isto se vier, eu to mandarei dizer Esta quaresma não ouve ca passos, nem sermoins os domingos, pois ouve paixoens nas sextas feiras, e tambem esteve em não se fazer indoenças na somana santa, pois se não estivesem, o sogro, e cunhados do Borrito dis que as não havia porque elles que co Correrão com todas as dispezas, da igreja, e quem a pregou foi o Padre de Aldeia Nova Filha do corasão as novidades desta terra são as seguintes Que no dia Vinte sete do corrente sahirão tres Ladroins a huns carreteiros de Vinho que vinhão para esta terra e os Roubarão, e matarão dois dos carreteiros, e triraramlhe digo dos carreteiros, e tirarãolhe dezasete moedas, histo distante desta terra pouco mais de huma Legoa mas não morrerão Logo, e os Logo, e os outros carreteiros fugirão, mas conheserão os Ladroins donde dois ja estão prezos na cadeia desta Vila, porque os ditos Ladroins andavão com mascras na cara, mas como elles andarão agarrados huns com os outros tirarãolhe ás mascras da cara de forma que retirando se os ditos Ladroins para esta terra os vierão prender, Levaraosnos a prezença dos dois que dispois de os conheserem diserão que herão os mesmos que os tinhão Roubado, e que faltava hum que hera soldado, e que este Avia de estar ferido na cara, e em hum braço e pellos signais que elles dezião o Bernardo genro do Goveia porque elle tinha sido solto da cadeia Logo foi pedir Liçença, o cappitão e marchou nesse mesmo dia do Roubo, e no dia seguinte apareseu no Quartel a noute com a cara toda ferida, e hum braço muito inxado, e elle quando se foi não levava dinheiro, nenhum, e quando veio trazia dinheiro, porque pagou algumas couzas, que devia, e gastou mais em outras Em outras coizas, e me disse por disfarse que tinha hido a santarem, e que tornava outra vés para que queria hir cobrar o Espinhasso, o carapáo com quem a mulher tinha hido para Lisboa se eu te queria escrever, e eu como não sabia ahinda do que hera passado, e todo o meu gosto ter sempre portador, para te escrever escrevi, Logo, e ele nessa noite não dormio no Quartel porque teve quem o avizase, e de madrugada muito sedo veiome bater á porta para eu lhe dar a Carta, que elle te levou Mas ate esse tempo ainda eu não sabia que se falava nelle, e anda histo ca bem notorio, que elle fora hum delles que os Roubara agora os que estão prezos estão no segredo para confesarem quem hera o soldado que os tinha acompanhado no Roubo, e hum dos feridos, ja morreu, dizem que eu não os vi Outra mais te conto que pello emtrudo dis que andara aqui hum Homem com o diabo as costas em figura de gente a tirar esmollas, mas dis que trazia os pés cubertos, e hindo daqui para Villa de Rei De Rei dasviado daqui quatro Legoas, e hindo pedir esmola a huma porta a mulher lhe esteve perguntando ó Homem se o mõstro não falava que sem o ouvir fallar que lhe não dava esmola, e o diabo que lhe fizera huma carranca com a boca, e que deitara a lingoa mais de hum palmo fora da boca que a mulher sse atemorizou muito, e que disera jezus, santo nome de jezus, e que neste tempo que dera o diabo hum estouro e que não tornara a paresser mais prenderão logo o Homem, E que lhe fizerão dizer o O que hera aquelle monstro, e elle que dissera que hera o diabo que se vira hum dia com muita fome, e que dissera que queria de comer ainda que fosse dado pello diabo, e que logo lhe aparesera o diabo, e que lhe dissera que se elle o trousese sete annos ás costas que lhe prometia de lhe dar de comer, e tirar muitas esmolas e agora Levarãono para o Santo oficio para Lisboa Recomendame muito a todas as pesoas do costume e tu aseita o meu corasão muito, muito saudozo, e so Saudozo, e a vista terão fim

deste teu marido do corasão que a vida e saude te dezeja por muitos annos joaquim joze da silva mourão

Filha do corasão se ahi for o Bernardo entregarte a carta tem toda a cautella com elle não te fassa elle alguma desfeita em caza, á caixa ahinda não chegou sse tornas a fallar o cabo do Mar, e que te diga o nome do Arrais á quem elle a entregou a caixa


Legenda:

ExpandedUnclearDeletedAddedSupplied


Download XMLDownload textWordcloudFacsimile viewManuscript line viewPageflow viewSentence view