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Maarten Janssen, 2014-

PSCR1191

[1587-1588]. Carta de Joana de Mendanha para Ângela de Noronha, religiosa professa.

Autor(es)

Joana de Mendanha      

Destinatario(s)

[Ângela de Noronha]                        

Resumen

A autora mostra-se agradecida e elogiosa perante a destinatária.
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Jhs Maria

Joanna pobre E inutil, serva do senhor; A Muyto generosa E esclarecida senhora dona angala de crasto, E A todos Aqueles, de cujos bens Tiver particular cõsẽtimento seja senpre, vitoria en A milicia desta vida, he oniam he cõformidade A vontade, do Mui alto AMen Ainda q despois, q ho uso da rezão, me deu conhecimento da grande obrigação q tenho A vm Não tenha por esta via, nem por nhe nenhuma otra mostrado, ho oculto he particular cuidado he lenbranca q senpre tive de sastifazer he pagar Aho menos alguma parte desta divida, he obrigação, ho pobre cabedal de minhas Fracas oraçõis; não me parece descõveniente mostralo Agora (Ainda q tarde) Asi pola obrigação q tenho A min mesma de mostrar q Faço ho q devo, como por minhas cousas não Ficarem sem A valia q vm custuma dar por estimar mais (polo zelo q senpre teve As cousas de deos) esta calidade de servicos q outros nhũs q lhe eu posa Fazer en os quais, sen duvida pode crer, q sera senpre de min servida, pois sam de calidade q os não poso provar mais ividencia, he Asi nisto como no mais, nũca esta casa deixou de cõresponder Aho grande Amor (erdado Ja de nosos perdecesores) q teve A vosa m he suas cousas senpre boa polo qual lhe coube, tanta parte do sentimento q vm pudia ter, daqueles casos q noso senhor; Foi servido de Aprovar he de luzir suas unicas he singulares vertudes como pudia caber a do mais propinco devedor q nem pode ter; he isto A parte vm tẽ Muita resão he obrigação de nos tais casos, cõresponder A quem he, servindose he armandose de sua grande prudencia he desquirição pera q, os golpes presentes não Fação Falha, en seus grandes merecimentos, antes sirvam pera aumento deles, dando enxempro como se an d aver as cousas os Fracos he pobres dos dotes de graca de q vm esta dotada, os quais pode preduminar A paixão A qual tem de custume representar Aquelas cousas q A posam Acresentar; he esconder Aquelas q A podem deminuir, he estas, não Faltam en as cousas d quis deos q Faltasem en as cousas de vm porq Aqueles esteos, en q se tem o castelo de monsaras, he belmonte, Ainda não são derubados, mas cativos( mal q nesta comũn desAventura se tem por menor) he Asi se deve ter, pois q A troco dũm pouco de metal q en seus generosos Animos na tẽ valia se an de resgatar suas pesoas tam ilustres pesoas, as quais ainda q cativa não lhe pode Faltar liberdade, pera merecerem diante de noso sro enemigos maos tudo trazidos mais cedo do q vm pode cuidar; diante de seus olhos, he esta he ver; não Fia noso snor de seus imigos senão Aqueles de q muito se Fiar (e pode desimular todas as mais perdas ainda q sejam, de tantos quilates como as do seu Justos primogenito, ho qual como outro isac se Foi muita, vontade pera ho lugar do sacreficio, como q sabia q os premios q hia ganhar eram eternos he não tenporais) cousa( de q vm deve de ter notavel cõsolação, por dever estar certa da suma bondade, he ter colocado naquele lugar q merce A bondade he santidade he vertude de seus tenrros Anos, onde pode mais Facilidade enterceder polos seus do q se custuma, Fazer na corte dos reis da tera he onde estara gozando não ja os incõtantes he baixos estados he rendas da tera mas os solidos he permanemtes do seo ja livre dos vaivẽis en q o mundo nos tras A todos, q he mor merce q deos ha Feito nisto q se lhe dera muita prosporidade he vida onde ela he de por, ventura mais piligo de sua cõciencia por Força se overa de Acabar; he Ficar cõtinuando A hobra q tenho de encõmendar A deos suas cousas dou Fin A esta q noso senhor Acrecente As vidas he estado de vosas m suas ilustres pesoas co lhe mostrar tudo Aquilo q sua alma deseja A quem peco toda A reverencia q devo q me de A sua bencão pera minhas cousa terem aumento.


Leyenda:

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