Copyright 2014, CLUL
Sobrescrito:
Reproduções não dispensam licença da DGARQ/TT.
Este processo diz respeito a Mateus Duarte, um oleiro, cristão-velho, natural e morador nos Açores, acusado e condenado por blasfémias. Amador do Couto, o denunciante, era cristão-velho de 34 anos de idade, encontrava-se preso na cadeia da Inquisição quando escreveu a carta a delatar as palavras blasfemas do seu companheiro de prisão. Conta que Mateus Duarte terá dito que valia mais o poder do Diabo que o poder de Nosso Senhor, e que lhe tirassem o Cristo do oratório da prisão que queria renegá-lo, e muitas outras palavras blasfemas. Em interrogatório, a 22 de maio de 1682, Amador do Couto disse que, dois anos antes, na prisão do Limoeiro tinha estado preso com Mateus Duarte e que numa noite, estando todos os presos juntos, o delato disse uma série de blasfémias que todos ouviram. Depois, no auto de fé, este terá tornado a dizer blasfémias na presença de todos. Porém, acrescenta também que quando o réu disse tais palavras tinha bebido muito vinho. O réu foi preso a 21 de maio de 1682 e condenado em auto de fé de 8 de agosto de 1683 a abjuração de leve, açoitamento público, degredo por cinco anos para as galés, cárcere a arbítrio, penitências espirituais e pagamento de custas.
Accusation letter from Amador do Couto to the Lisbon Inquisition.
The author tells the inquisitor about the words pronounced by another inmate during an "auto de fe".
The defendant in this process is Mateus Duarte, a potter, old Christian, born and resident in the Azores, accused and convicted of blasphemy. It was Amador do Couto, a previous inmate in the same jail as Mateus Duarte, who denounced his blasphemous words. Among these, he had allegedly said that the power of the Devil was greater than the power of Our Lord. In May 1682, the defendant was arrested, being later sentenced to row in the galleys for five years and to be publicly whipped, among other punishments.
dem
llado
perado
que