O autor escreve mais uma vez à Inquisição de Lisboa para que os inquisidores o ajudem. Queixa-se de não ser ouvido e acusa o Bispo que o mandou prender.
[1] | se avistou commigo nesta emxovia o rdo commissario Fr Chris
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[2] | tovo da Madre de Deus Lus da parte
de vas Illmas a saber
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[3] | de mim se os cazos, de q fis avizo pertencião ao
sto officio, res
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[4] | pondi q sim, e por serem agravantes, e capitais não
depu
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[5] | nha perante
elle q são rezervados denunciarse pesso-
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[6] | almte a vas Illmas
pa darem o remedio, e não por elle pel
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[7] | os inconvenientes, q se seguem.
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[9] | Não são
menos os cazos q haver sojeito q se atrevese
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[10] | ao sanctissimo sacramto
e em desprezo do Divino respeito
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[11] | haverem outros, em outro cazo q se conjurarão em acto pu
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[12] | blico, todos
estes de nação conhecidos, q seus projinitores
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[13] | pagarão pa a finta. Eu sou
mortal, e algumas testas q
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[14] | sabem disto, ja são mortas e qto mais breve vossas
Illmas man
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[15] | darem me buscar seguro debayxo de prizão darei conta de tudo,
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[16] | q isso me não
livra de ser restituido outra ves a ella, e qdo nam,
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[17] | se algum dia me der Deus liberdade, e vida farei o q
devo á
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[18] | fiel christam, q não he materia pa me descuydar; e pa que
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[19] | não paressa,
q o fasso a respeito de me remir da violencia,
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[20] | q padesso; tal atrevimto não cometo
eu, e merecia ser aos
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[21] | peramte castigado, se tal intentasse, e mto grande Ignor
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[22] | ancia minha
qdo sei q todos os q maliçiozamte se recor
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[23] | rem ao sto
officio se restituem a seu juizo, inda em ma
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[24] | terias mto justas.
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[26] | Nenhuma outra Couza me move ir dar conta
de mim ma
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[27] | is q so o fervor, e zello, q tenho do serviço de Deus, o que
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[28] | ja fazia no anno
de 89 qdo me prendeu o B D Juzeph de
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[29] | barros de Alarcão, odiozamte,
por desconfianças q teve
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[30] | de mim, e não por culpas, q tenha cometido, salvo elle
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[31] | mas formou,
segundo os efeitos, q delle vi, e colhi
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[32] | contra o direito da justissa Deus lhe dara o pago, e cazo
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[33] | negado, q
as cometese, q direito acha, ou lei Divina, e
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[34] | humana segue, pa q me tenha em descurço
de quatro an
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[35] | nos prezo sem ser ouvido, e terme com anos, q sou
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[36] | prezo do sto officio tam oprimido,
avexado em ferros,
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[37] | tronco e reteudo sem remeterme, ou deferirme a li-
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[38] | vramto sendo hum Princepe, ecleziastico,
de cuja in-
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[39] | justissa, e porfiada tirania se não serve Deus, nem
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[40] | vas Illmas tal permitem, q
com o poder do sto officio mo
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[41] | leste aos fieis como tem ouzado com mto
empenhato
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