A autora acusa Frei Matias Pereira de ter aproveitado a sua confissão para uma agressão sexual.
[1] | Snors inquizidores
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[2] | Apostolicos Obriguada da minha consiensia q trazia
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[3] | carreguada comoniquei com o meu confesor
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[4] | pesoa grave e douta o cazo de q dou conta a
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[5] | Vmes e he o seguinte pedindolhe me dese o reme
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[6] | dio conveniente asi a minha consiensia como a
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[7] | minha opinião por ser como sou hũa mosa don
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[8] | zela nobre que vivo maiores cõ os meos maiores
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[9] | e me não foi nem será posivel Remediarme nou
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[10] | tra forma neste cazo
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[12] | que avera seis ou sete annos pouco mais ou menos confesandome em huma
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[13] | irmida qde huma quinta q tem os frades grasia
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[14] | nos de s aguostinho em algdeia gualegua donde sou
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[15] | natural a hum frade desta mesma ordem o qual mora
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va neste tempo nesta mesma quinta o qual religuio
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[17] | zo se chama fr matias pereira natural da vi
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[18] | la de alcouchete sendo eu de de idade de vimte annos
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[19] | e confesandome a este confesor q aqui declaro em
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[20] | confisionario sem devizam por não se ofereser ou
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[21] | tro comodo o dito meu confesor deixandose esqueser
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[22] | de sua obriguasão do estado e do lugar santo e sagra
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[23] | do no mesmo auto sacramental e munto contra minha
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[24] | vontade e cõ repunansia que fis quanto dava hũm lu
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[25] | gar publico ele afagandome tentado do seu torpe
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[26] | apetite me tomou as minhas mãos entre as suas e
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[27] | forsejandomas mas pos em as suas partes humanas
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[28] | e lasivas e satisfes seu danado apetite sem eu me po
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[29] | der livrar de sua torpe violensia por aver na dita
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[30] | irmida gente q poderia entender alguma couza
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[31] | contra minha opinião estado e calidade e como mini
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[32] | na me foi forsado consentir em tal e tão torpe delito cõ
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[33] | mto pezar do meu corasão este foi o cazo
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[35] | e dando conta dele ao meu confesor ele me aconselhou devia
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[36] | de dar conta a Vmes por ser materia tocante ao s ofisio
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