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Maarten Janssen, 2014-

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1633. Carta de Domingos Monteiro (o Chapado), artilheiro, para o seu pai, Domingos Francisco (o Chapado), barbeiro de espadas.

Author(s)

Domingos Monteiro      

Addressee(s)

Domingos Francisco                        

Summary

O autor relata o que tem passado e garante o envio de certas encomendas, transmitindo muitas lembranças a familiares e amigos. Comenta uma série de factos que tem vivenciado naquelas partes do Oriente, como sejam a prostituição, o custo em amealhar dinheiro, a carestia dos bens, as ordens régias que obrigavam à permanência por longos períodos e os salários competentes, as relações adulterinas dos portugueses, o seu desinteresse em manter contacto com as suas mulheres e família em Portugal, entre outros.
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[1]
[2]
portuges ha de estar todo dia com ella na cama que tão quentes
[3]
são veja Vm de que modo se parão os homẽs nestas partes porque
[4]
os mais deles morem de males nestas partes o jugar não tem conto
[5]
os pagodes mto mais e mta gente estraguada e cazados em portugal
[6]
e algũs que ha mais de vinte annos que andão nestas partes, que
[7]
se lhe da pouquo tornarem a ir pa portugal depois de ter escrito
[8]
a Vm me mandou chamar o filho do sor luis João a são roque
[9]
aonde esta e me deu quatro pardaos e huã bolsa de reliquias e huãs
[10]
contas e estivemos falando mto devagar aserqua da sua gente
[11]
deme mtos agardesimtos disto ao sor luis João e a snora ma Correa que
[12]
tem filho mto querido dos padres e mto virtuozo so a elle achei
[13]
que me favoresese em goa anto friz alevantou a tenda e não
[14]
no achei qua he ido pa a china meu primo anto gomes prata
[15]
ainda não he cheguado a couchim conforme me derão por novas
[16]
quando tornar a goa dandome ds vida e saude falarei com
[17]
anto friz e escreverei a couchim a meu primo aserqua da pre
[18]
curasão de vm pa ver se tem algũ rimedio e quando não eu farei
[19]
com isso e sem isso farei o que devo pa com Vm pois por amor
[20]
de Vm vim a estas partes aonde fiquo com saude ds seja
[21]
louvado nesta Cidade de diuu mas feito mulato queimado
[22]
das grandes calmas que ha de contino nestas partes por via
[23]
do sor simão galvão amiguo de Vm me pode Vm todos os annos
[24]
escrever que o sor seu filho me mandara as Cartas a esta Cidade
[25]
de diuu, aonde fiquo morador, e val nella mto o esmiril de por
[26]
tugal pa os barbeiros espadas e ferros d adagas mais valem do
[27]
que em goa e pedras de dourador de azular, disto tudo que diguo
[28]
ha mister dro pa vir pa qua e Vm esta mto cansado e pobre mas ds
[29]
acudira as maiores presas pello amor de deos e pela alma de
[30]
minha mai que santa gloria aja emcomendo a Vm o negosio
[31]
da gente da mouraria porque me releva de tudo Vm me avize
[32]
mto, meudamte eu me resebi a doze de maio de seissentos e vinte
[33]
e quatro em santa Justa se for nesesario o livro irse buscar
[34]
pa alguã Couza pode Vm tirar dele hũa Certidão fazendoze
[35]
huã petizão ao vigairo geral em que mande dar huã sertidão
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do asento que se fes quando me resebi qua nunqua fora que outro
[37]
galo me cantara e nos resebeo o pe fernão roiz natural
[38]
da golegam os mais dos dias e todas as horas me alenbrão as tarefas
[39]
de taboas que Vm levava todas as noites pa fazer não hei de
[40]
ir pa portugal dandome deos vida e saude sem levar dous vin
[41]
teis pa ambos de dous comeremos de araia frita da mão da snora
[42]
maria da silva a quem de meus recados que eu lhe mandarei
[43]
pa o anno huãs contas pa ella e outras pa a snora sua filha
[44]
mandarme ha Vm dizer quem sahio o anno de seissentos
[45]
e trinta e tres por misteres e que oficios e tãobem quem

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