O autor declara ao destinatário que lhe vai enviar um rol com presos que podem testemunhar sobre de Duarte Dias Ruivo e denuncia os comportamentos que confirmam que não era cristão, mas antes judeu.
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Meu Amigo E sor Jorge pra
Ahi vay Ese rol do que qa ha do Prezo Pera vm
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[2] | dar Ao sor juis do fisco Pera que mande cobrar
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[3] | tudo E aos sors Emquizidores hey de mandar
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[4] | hũo Rol dos Pezos que Estam nesta Prizão.
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[5] | E houtros que daqui sairão Pera testemu-
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[6] | nharem das muitas velhaqarias que Este duarte
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[7] | dias Aqui fazia Aos cristaos velhos E a mim.
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[8] | Prencipalmte Por saber que Eu Era familiar
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[9] | do santo officio E ha Aqui Prezos que dizem
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[10] | que Elle lhe não faltava mais que asoutar
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[11] | as IMages E não sei se nesta coresma Jejuou
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[12] | Algũo dia que Reparey Eu Em que besPora de
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[13] | todos os santos semdo hũo dia tam grande
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[14] | de jejuo ho não jejuo temdo aquela despo-
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[15] | sicão E Mil auçois lhe vamos aqui de judeu
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[16] | vm de conta disto Aos senhores Emquizi-
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[17] | dores Avizeme sobre isto ho que hey de fa
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[18] | zer se hey de Mandar Rol das Pesoas.
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[19] | Pera se lhe fazer Perguntas E avizeme vm sobre isto Pera sa
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[20] | ber o que nisto se ha de fazer E isto com ho segredo q he Estilo -
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[21] | no santo oficio deus gde A vm como dezejo de Abril 14 de 1657.
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Amigo E cto de vm
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[23] | João de Moura
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