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Maarten Janssen, 2014-

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[1770-1772]. Carta de Bernardo da Silva do Amaral, padre, para Madalena Tomásia de Jesus, mulher de desembargador.

Autor(es)

Bernardo da Silva do Amaral      

Destinatario(s)

Madalena Tomásia de Jesus                        

Resumen

O autor lamenta-se pela separação da sua amada e amaldiçoa quem os apartou. Verseja sobre a sua sorte.
Page 46r

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Amada Filha desta alma, lembrame, q a ouvia cantar= Mal

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haja qm inventou no mar andarem navios ; pa padecer agora
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saudades, e desvios=. Eu não rogo pragas, Ds me livre: mas di-
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go, q homicida qm inventou tal viage. Eu lhe confeço ma ver
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de q ja não poso com isto, tem-me custado gotas de sangue. Eu qdo
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a vi noutro dia, pareciame de verde; q ha ano, q não via, nem
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me parecia, q me podese fartar de a ver; mas agora qdo a vir
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me ha de parecer, q ha cem ans a não vejo. Acrediteme, q ando
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a modo de pateta, q não sei q me falta; em huã palavra isto
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custa mto, e so por N Sr se pode levar. Olhe se eu apanhase aque
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la velha enfeitada q he cauza de tantos distroços, havialhe dizer, q
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se não sabia a qtas vidas dava golpes, não metese a faca. Emfim
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quero chorar ma desgraça
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Pois logrado me fazia,
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o q desfaz longe o amor.

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ja fui feliz, ja logrei

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Qm sincero mto amava;
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Ma ventura igualava,
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Quanto dizer eu não sei,

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Penas lagrimas achei

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Agora, prantos, e dor;
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Perdi do semblante a cor
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Com perder em qm vivia.

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