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1826. Carta atribuída a António Xavier de Melo Negreiros, mas assinada com o nome da Marquesa Ermelinda de Araújo, enviada a Mariana Augusta de Castro.

ResumoAntónio Xavier de Melo Negreiros, sob falsa identidade, tenta extorquir dinheiro a Mariana Augusta de Castro.
Autor(es) António Xavier de Melo Negreiros
Destinatário(s) Mariana Augusta de Castro            
De Portugal, Lisboa
Para S.l.
Contexto

O réu deste processo é António Xavier de Melo Negreiros, natural de Tavira, preso por lhe ter sido encontrada uma carta falsa. O réu dirigiu-se à casa de António Ribeiro de Castro e entregou uma carta a sua mulher, D. Mariana Augusta de Castro. A carta estava assinada pela Marquesa Ermelinda de Araújo e vinha acompanhada de duas outras que confirmavam a pobreza e doença da mesma senhora. Tendo suspeitado do pedido, D. Mariana Augusta de Castro pediu ao portador que voltasse no dia seguinte para levar a resposta, e entretanto preveniu a guarda da polícia. Na sequência disso, António Xavier de Melo Negreiros foi preso pelo soldado que estava de vigia. Quando interrogado, disse que, estando no Rossio no dia três de julho, pelo meio-dia, um tal Fernando lhe tinha pedido que fosse entregar uma carta à mulher de António Castro Ribeiro. Disse também que só lá voltara no dia seguinte porque assim lho tinham pedido. Acrescentou que ignorava o que a carta continha, se bem que soubesse que era para pedir uma esmola. Quando foi buscar a resposta, fez-se acompanhar do tal Fernando, o qual o esperou junto ao convento dos Paulistas. Questionado acerca de possíveis documentos contidos na carta e sobre assinatura da mesma, disse que sabia que a carta continha um atestado do prior do Paraíso e que era assinada por D. Ermelinda. Perante esta informação, perguntaram-lhe como era possível saber tudo aquilo se o tal Fernando lhe entregara a carta fechada. Subitamente, o réu mostrou-se perturbado e disse que não se encontrava em condições de responder a mais perguntas, pelo que o ministro deu por encerrado o interrogatório e o réu foi conduzido à enfermaria, onde permaneceria seis meses sem conhecer a sentença.

Suporte um quarto de folha de papel escrito no rosto e no verso.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra A, Maço 105, Número 10, Caixa 216, Caderno 2
Fólios 3r-v
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Cristina Albino
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Clara Pinto
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Frase s-2 Levada do ecco da fama, q VSa tem adquerido em acolherer as pessoas de bem, q se vem desgraçadas e por isso rezolvi por via d'esta ir lancar-me os pez de VSa pa se dignar valer-me n'hum ato de tanta Caridade, qual o de me ser segundo a sua costumada generozidade, porpicio Com alguma esmolla favoravel pa me poder transportar ate às Caldas pa consegir com os Banhos, ver-me reslabalecida de hum ataque preplico de q tempo fui acometida;
Frase s-3 pode ser a força dos desgostos, por que tenho passado depois do falecimento do meu Marido, o qual sendo arguido de Cauzas, q jamais commeteo, fiquei eu privada do Monte Pio, e por este motivo desgraçada, sendo o motivo q me obrigou a recorrer a Caridade de VSa

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