PSCR0041
1576. Carta de Manuel Leitão, ex-guarda do Santo Ofício, para Diogo Lopes de Seia.
Autor(es)
Manuel Leitão
Destinatário(s)
Diogo Lopes de Seia
Resumo
O autor dá diversas notícias do que tem passado no seu cativeiro.
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pa o snõr Do llopez
de sea hou ao snõr
manoell ãoRiqz seu
cunhado ẽ pinhãoços
Snõr
noso
Snõr seja cõ vm he cõ todos amẽ.
fazerme Ds tamanha m
q podese mãodar novas de mĩ a
vm foi tamanha q não
sei ha
q ha cõpare as coais são fiquar
mto bẽ desposto como sẽpre ho fui todo ho tẽpo
de minha
prisão. pa dar cõta a
vm de meus trabalhos q
cõ hella tenho pasados he muito llargo
somẽte lhe sei dizer
q cõ todos os vaivẽs he cõbates
q me derão q
açaz são muitos nhũ
pode comigo
porq sẽpre me acharão tão duro como hũ penedo
como espero q sera ate
ho quabo he noso
snõr faça ho
q for seu sirviço haimda
q tenho muitos cõtrairos
porq
não bastou hũ velhaco holleiro
q foi goarda como ja sabera
q aqui esta preso
q deu
ẽ min he no amigo he ẽ houtras
pas coaõto helle pude he mais senão haimda a
snõra
brytiz mẽndez nos falltava porq heu lho
miriçia bẽ peço a vm
q se poder ser saiba ho
q
dise he mãodeme dizer he
q llẽbre ha hesas molheres cõpanheiras do seu
tẽpo s a
snõra
llianor llopez he crara llopez hirmãs he
frca
frz he isabell
aõriqz
fa de aõrique
frz
he
ana lluis como eu tinha muitas deferẽças cõ hella sobre allgodão
q lhe
não quiria cõprar nẽ dar a cõta da
reção porq espero ẽ noso
snõr
q della he do mais me
a de llivrar. he peçolhe
muito q isto seja cõ brividade
porq ainda não são
pguntado
por hiso. coãoto ao mais eu tenho
sabido ho q relleva porq
hesa m me fez
ds cõ as mais
q sẽpre fui sabedor de tudo se lla houver allguma cousa tãobẽ
q re
lleve mãodemo dizer: tãobẽ peço a
vm
q avise a todos q se
allgẽ for chamado pa
allguma
pgũta
q de mim não a de aV
nũqua mais q isto he q
portãoto q veja qua
o
q lhe relleve, tãobẽ lhe peço
q diga ha guihomar
Ruiz
q
q este dise
della he de mim ho
q lhe mãodei dizer he ho
q hella me mãodou dizer
porq heu fui
pgũtado por hiso mas q
me pareçe q não sera nada
porq não fizerão caso diso todavia
aviso he não lho diga
vm de manra
q hella aja medo porq me
pareçe q
por iso, he nisto não quero mais ẽfadar , ha snõra he aho
snõr
manoell aõR e pai he
mai he
hirmãos he irmaãs he a sãota marinha he a duarte do valle he
ha
todas as pas amigas he conheçidos ẽ gerall he a cada
hũa ẽ particullar
peço a vm beije as mãos por mim he de minhas ẽcomẽdas he me
ẽcomẽdo ẽ
ha sua boa amizade he lhes peço me ẽcomẽdẽ a noso
snõr he
q esta ajão por
sua he me mãodẽ muitas
novas de si he sinais q pasasemos
pa
q eu seja sabedor
q sabẽ novas minhas he os tres hirmãos
q lhes peço me mãodẽ muitas novas de
si
he me mãodẽ hũ llẽço q tenha hũ sinall com houtro
q me derão coãodo
fui ẽ q vira ha quarta
q
vm me mãodar cõ houtra allguma se allguẽ me
qui
ser mãodar ha coall se dara na Rua nova dos feros ẽ
quasa de allvo mẽdes
merquador
q foi meu cõpanheiro nesta prisão
porq hese tẽpo q
esti
ve cõ helle
q foi hũ mes me fez deus
m
q tive de allivio porq
todo ho mais
hate ho presẽtẽ estive soo he fechado como agora fico he cõtudo
ho
mais trabalho q paso he de fome
porq esta he tera quara he não nos dão
pa
quada dia mais
q 30 rs. ho
amigo tãobẽ sẽpre lhe foi bẽ he vai he esta
da mesma
manra como ca
coimbra numqua mais fui provido de
nada nẽ tive
novas nẽ quero
ter: de meu fo me pesa
q diz q não a novas
delle se polla vẽtura vm
tiver allgumas mãodemas
llẽbro a vm ha noite q fomos
hõde vivia a pa de
avro
q heu fui ẽbuçado e sobi
mos ao sobrado
q me não conheseçe a dona da quasa. he ho
q dei no pano a
vm
ha noite vespora do auto
q lhe mãodou ha
snora he isto basta
vm tãobẽ me
mãode asi dizer allgũa cousa. mãode me dizer se são ja as pinitẽçias fora
porq pasa de tẽpo he senão mãodemo requerer ao
cardeall. não tenho mais
q dizer a vm ao presẽte senão q
fico cõ hos holhos llõnguos hesperãodo por hou
vir novas suas he da mais gẽte
porq hesa hora cuidarei
q me solltão has
coais noso
snõr me mãode muito boas e
muito çedo he hos tenha da sua
mão pa seu sãoto
serviço
hoje 7 d outubro de 1576
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