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1542. Carta de Fernão Dias ao pai, Diogo Dias.
Autor(es)
Fernão Dias
Destinatário(s)
Diogo Dias
Resumo
Carta de Fernão Dias ao seu pai Diogo Dias, mercador em Tavira, em que lhe dá conta da sua chegada à Flandres e do acolhimento que teve.
Texto: -
d ẽves
aos 24 de Mayo de 1542
snõr
Pay a prezente he para vos fazer a saber fycarmos nesta villa d emvez de sau
de ds seja
louvado e muy dezegozos de V cartas e novas de vosa meçe
e asỹ de toda a
gemte
q des q nestas
partes hestamos numqua
vymos somẽte huã q cõ as
cartas de Po luys mãdastes
q vyerão
ter a mão d amt lopez e vyerão ter a hesta vylla hũ
dya dypoys q
nos vyemos
q levey tamto cõtemtamẽto cõ hella
q dizer
volo não sey
e a d allvaro Royz loguo lha mãdey alem
destes do
q não avya de levar menos
cõtamto
q he aymda hesta ẽ lõ
dres ate vyr Requado de
potugall e loguo he aquy
cada
dya vego cartas suas e hele mynhas e hesta muyto de
sauda e asỹ toda
sua gẽte
asỹ o pode dizer ao sõr seu
pay o coall
me ẽcomẽda muyto e asỹ aos sõres seos
fos a quẽ
me
ds deixe V ẽ allgũ
tempo a meu cunhado q haja hesta
po sua q lhe não hescrevo
po ao presẽte não aver que
q ja lhe tenho
hescrito duas cartas huã
po vya de lysboa e outra
po vya da
tavylla lysboa
ayamõte
e ẽcomẽdome muyto ẽ sua
mçe
e asỹ na da
sõra mynha dezejada yrmã
e a mynha bẽcão a
meus
sobrynhos
e q lhe Rogo muyto
q não dexe de me hescrever
poq
follgarey muyto de
V carta sua po
nella me cõtar de sua vyda
e q me hespanto muyto
dele não ordenar allgũ camynho
pa
para hesta tera poys he
tera ẽ q nella se faz muyto pro
veyto e
hesta abastada de boas mercadaryas e o mar hes
tar seguro
a meu yrmão
pero fz
q hesta aga po sua e me
hẽ
comẽdo ẽ sua mçe e da
sõra sua molher e
q tãobem hele hesta ẽ
tempo se tratar na tera
poys he couza segura a meus cu
nhados q
lhes não hescrevo po ao presẽte não aver
q ya po vya
de lysboa
lhe tenho hescrito e damdo lhe comta do
casamẽto
de sua yrmã mecya royz e
como hesta muyto bẽ cazada
sõr
novas nesta tera
não hay nenhuãs q vos comtar
somẽte ro
garmos sõr
q
po todallas vyas me hescreva vosa mçe
poq
levarey muyto cõtẽtamẽto de
ver cartas vosas para nella me
cõtardes llargo de como hestas e asỹ todolos
meos
e não sega
carta tam curta como a q me qua
mãdaes
q
carta para tam lomge tera não ha de ser tão
curta
q se soube como hestyvera nesta vylla
manoell e do bõ avya
mẽto
q lho qua derão ẽ lhe cõprarem trygo podre
e
coamdo outra
vez ouv de mãdar ẽcaregar seu
fo sega a omes e não a
rapazes
q se não cõtemtão senão cõ tudo
e ysto lhe
mãdo dyzer po
q sayba a quẽ ẽcarega sua fazẽda
q se outro dya aquy
ou
v de mãdar fazẽda não ay ao presẽte omẽ
da nacão de quẽ mays
se deva de fyar q he
crystõvão garçya ou a ãto
Lopez
fo de pero
lopez
poq ayda
q hesta doẽte tẽ dous cunhados muito bos omes e
hele ja
fyqua muyto bõ
e nos outros todos fycamos ao presẽte ẽ sua casa
q nos não ha querydo deyxar yr fora e todos alugamos
huãs ca
sas grãdes para nos mudarmos
sõr nã ay mays q
hscrev so
mẽte q
ẽcomẽdarvosmonos
eu e mynha molher ẽ vosa bẽcão
e na da
sõra mynha may
e asỹ ẽ grasa de meos yrmos e
yrmãs
e asỹ ẽ bẽcão de meos tyos e tyas e de meu dono se for vyvo
e asỹ ẽ
mçe de meus primos e primas
mynha molher se mãda
ẽcomẽdar
ẽ mçe da
sõra mynha tya e de gyomar e de
dio e d estevão
a
fernã royz me ẽcomẽde muyto e
q hey muyto grãde saudade dele e
q
cateryna royz lhe mãda muytas ẽcomẽdas
rogo vos q me hescreva
de cateryna
vaz e de toda sua gẽte de como hestão ou o
q feyto de
les
a fernã
diaz me ẽcomẽde e a sõra sua molher e
fa não hes
quesa a vosa mçe de dar a
po luys e a seos
fos minhas ẽcomẽ
das e de lhe
dyzer q como seu fo
hesta muyto bõ
não dygo
mays somẽte q
ds sega cõ todos.
obediẽte fo voso
fernã dyaz
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