Consideramos que o autor tenha nacionalidade francesa, muito por causa da referência que faz a um seu irmão chamado “Joam Mõdour”, bem como por a sua mãe estar em Marselha. A isto junte-se as diversas alusões contidas na carta a indivíduos franceses.
No que se apura, estamos perante um indivíduo que se deslocou a Lisboa em negócios e cujo navio naufragou durante a viagem. Note-se que o resumo arquivístico menciona “virem do Maranhão sette naos”, algo que não relacionamos com nenhuma passagem da carta. O que realmente vemos na própria carta é “vimdas de calieu sete gramdes naos”. Não discordamos da informação arquivística, mas merece maior confirmação.
Esta carta quinhentista foi recolhida no fundo Colecção de Cartas, unidade de instalação Cartas Missivas e outros Documentos. Esta unidade agrupa, em 4 maços, documentos dispersos de datação incerta ou incompleta. A partir da informação interna da própria carta, tenta-se inferir datas extremas e dados que a situem e, de alguma forma, a contextualizem.