No processo de António do Vale de Vasconcelos (também referido como "Lebracho"), acusado de bigamia, encontra-se um conjunto de oito cartas. António do Vale de Vasconcelos, estando casado com Catarina Garcia de Cabreira, partiu para o Brasil, em 1591, e voltou a casar na capitania de São Vicente com Helena Leitoa.
Seis das cartas que constam do processo foram entregues à Mesa do Santo Ofício por Estêvão de Brito Freire e duas por Francisco Leitão. Em 1592, Estêvão de Brito Freire declarou ter conhecido António do Vale de Vasconcelos na nau que partira do Reino, em abril de 1591, e que o réu começara por afirmar ser solteiro, depois viúvo e, por fim, admitira que, quando partira do Reino a mulher estava muito doente e que, por isso, presumia que ela morreria em breve. Posteriormente, António do Vale de Vasconcelos, partira de São Salvador da Baía para a capitania de São Vicente, de onde enviara uma carta a Estêvão de Brito Freire (PSCR1139), na qual afirmava que soubera da morte da primeira mulher e se voltara a casar. Além desta carta, o mesmo denunciante entregou um maço com cinco cartas (PSCR1140 a PSCR1144) vindas do Reino para São Salvador da Baía, remetidas por familiares a António do Vale de Vasconcelos.
Em 1595, em Pernambuco, Francisco Leitão entregou duas cartas ao Santo Ofício: uma (PSCR1145) que recebera de seu pai, Jerónimo Leitão, pai de Helena Leitoa; outra (PSCR1146) que Jerónimo Leitão enviara ao seu cunhado, Filipe de Aguiar Lobo.