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Maarten Janssen, 2014-

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[1644]. Carta não autógrafa de Francisca Côta para o padre [Francisco Cabral].

SummaryA autora confessa ao destinatário as suas experiências místicas, revelando "ter no seu vaso" almas de santos em busca de salvação.
Author(s) Francisca Côta
Addressee(s) Francisco Cabral            
From S.l.
To
Context

Processo relativo a Francisca Côta, também conhecida como Francisca de Jesus, de 21 anos de idade, natural de Mazagão, religiosa professa na Ordem Terceira de São Francisco, presa pela Inquisição de Lisboa a 13 de junho de 1646, sob a acusação de se "fingir santa e virtuosa, ter revelações e favores do céu, falar com as almas e os santos [...] e saber coisas futuras" (fl. 44r).

Contribuíram para a condenação de Francisca de Jesus cartas da sua autoria em que relatava as suas experiências místicas. É o caso da presente carta, inclusa no processo, em que a ré confessa ao Padre Francisco Cabral da Companhia de Jesus "ter no seu vaso" almas de santos em busca de salvação. Por não saber escrever, a ré ditava as suas cartas a um primo, António Pinto.

O processo de Francisca de Jesus inclui ainda uma petição de Diogo Gonçalves Castilho, seu pai, para a filha, alegadamente doente de gota, não ser enviada para o Brasil, mas para um recolhimento perto de Mazagão.

A 16 de dezembro de 1647, a ré foi condenada a hábito perpétuo e degredo de dez anos no Brasil, sendo-lhe ainda aplicada a pena de excomunhão maior por heresia.

Support meia folha de papel escrita no rosto e no verso.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Lisboa
Archival Reference Processo 11358
Folios 72r-v
Socio-Historical Keywords Catarina Magro
Transcription Mariana Gomes
Standardization Catarina Magro
POS annotation POS automático
Transcription date2008

Page 72r > 72v

Ilsmo

Bemdito e louvado seja o sanctissimo, saçramento e a macolada comsçeisão da sempre Virgem Maria comseVida senhora nossa comsevida sem macola, de piçado ouriginal Diguo eu franca de Jezu profesa da treseira ordem do meu pe sam franco vindo hũa alma salvarsse ao meu Vazo despedindose ela de meu Vazo disse que estavão mais sinco pera emtrarem no meu Vazo por emtresção do pe francisço cabral da companhia de Jezu pedindome que lhe dese remedio pera não pasar tam grande trabalho me deu de sinal a sanctissima trindade tres pesoas e sso deos padre filho espirito sancto de a Virgem sanctisima senhora nossa e todos os sanctos e o sanctisimo sacramento de não emtrar mais nenhũa mas que me avizava que não fosse a nosa senhora da lus estava pe que havia de emtrar no meu Vazo mas como não podia Ja emtrar em meu Vazo, me queria falar de fora descudamdome do avizo que a alma sancta me deu fuy a nosa senhora da lus o seu dia estando ao eVangelho da misa da senhora Levando eu os olhos pera a porta prinsipal vi estar esta alma sancta com as maós postas pedindome pello amor, de deos que a escutase hũa Razão que me queria dar q disese ao pe francisco cabral eu Lhe dise que não me estrevia a escutar que se fose Da parte de deos que se fose ao mesmo religiozo pe francisço cabral servo de Jezu maria saindome eu da ermida de nosa senhora da Lus coando queria sair a prosisão se me pos diante e requerindome mtas vezes que da parte do sanctisimo sacramento e da virgem Maria senhora nossa o escutase Duas razois que disese ao padre estando eu emcostada na minha Jinela Vio vir penitemte com asoite na mão e me dise em nome do sanctissimo sacramento e da virgem Maria senhora nossa e eu Lhe respondi se tu es alma de Deos ou se es o demonio que me queres demquiatar a min e a este servo de deos vaite pera o emferno maldisuado elle me respondei Ils maria eu não sou o demonio que sou alma de deos chamame a sanctisima trindade tres pesoas e so deos padre filho espirito sancto e olhou pa mim e disse não me coneses que sou o pe fulano



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