Representação em facsímile
1597. Carta familiar de Duarte Rodrigues Braço de Ouro, mercador, para o seu irmão, Simão Álvares.
Autor(es)
Duarte Rodrigues Braço de Ouro
Destinatário(s)
Simão Álvares
Resumo
O autor queixa-se da falta de notícias e do pouco contacto que tem com o irmão. Manda em anexo uma encomenda de mercadorias.
Irmão Simão Alvares
aImda que hos tempos e para milhor dizer deos aja preme
tydo que vivesemos tão apartados e nos não visemos
com hos olhos do corpo comtudo não se podem hapar
tar a natureza e o samgue com que estamos unidos e
não ha couza na vida bastamte que nos impida ho ver
monos cada dia com hos olhos da alma e com ho pem
samemto ho qual eu numqua de vos aparto nem de mynha
may e mais yrmãos fizera o que desejo se cada dia vos escre
Vera hũa carta aymda que não fora mais que para vos mo
Ver a que muytas vezes me escreveseis para eu ter me
Udamemte novas boas vosas e de toda vosa caza e nisto
me comfeso por descuidado mas não em comtynuamẽte
as amdar pergumtamdo e imquirimdo e das que ouso
por serem prosperas levo tamto comtemtamemto quão
to se deve a boa Irmãodade primita deos que sem
pre va por diamte de bem em mylhor novas minhas
são estar nesta cidade de burdeus com saude como sem
pre ha ey tydo ds seja louvado com muytos amigos
de modo que so me falta o vervos como ja vos dise nela
guanho de comer aImda que a menor parte he a mynha
porque o que se neguocea quazi tudo core por minhas mãos
de modo que se se pode dizer eu gramgeo para outro e
quaze fyquo de fora não que me falte hum pão mas
fora d outra maneira se vos quizeseis pois podeis
e fazer o cazo de mĩ e ter a comfyamsa que hos
outros tem por se não aver achado numqua couza
em mym que não fose dina de omem omrado e fo de
noso pay vos vos podeis aproveitar muyto querem
do ter neguosio nesta cidade que he hum tyzouro es
comdido e a mỹ fazer o que se deve a hum Irmão