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1630. Carta de Simão de Fontes, mercador, para João Moreno, seu tio.
Author(s)
Simão de Fontes
Addressee(s)
João Moreno
Summary
O autor comenta a atmosfera vivida na capital do reino com respeito às perseguições perpetradas pelo tribunal do Santo Ofício e dá conta dos preparativos em que se tem empenhado para conseguir fugir.
os sapatos de vm mandarei fazer e folgarei q mos fasam tam bons
como eu os encomento e levarei en minha conpanhia deus qerendo
q entendo no correo q vem estarei ja lestes q me dizem esta
ja o juis do fisqo en evora e tratarei de lebar com mta presteza
e apertarei com o amigo lemos q ponha suas coizas en orden
q se venha e se logo lhe pareser a vm mudarem de esa corte
20 legoas o mais no caminho adonde overmos de pasar q
estejam a suas vontades com menos custo o fasam q eu
a estimarei mto q esa tera não se pode esperar con tanto
custo a q tem poqo cabedal q a min não se me da hir
mais 20 legas o mais q nela descansarei ate entrar
a primava q venha a conpanhia e vm com os mais hirem
adonde se ha de enbarqar pelo q fasam o q milhor lhe estiver
fazendo tempo q eu asino en branqo e tudo desnecejira o dou
por feito quando estejam a sua vontade e estimarei mto seja noso
Snor en sua gca con toda a conpanhia todos os desta caza se
encomendão en vm a baeita pa min levarei mas não sera
frizada q hira amasada e a min me dizem hai nesa tera e mais
barata e se a over escuzarei mandala
Seu sobrinho e amigo
SSimão de fontes
esta vm lembrado q quando tinha prato de peche
o ovimos dizer mizerias e fomes de madril q dezejamos de mandar o prato
pois entendo eu q estou pior q ate corvão e azeite dezejo mandar
e pam amasado q overa todas as somanas q levara carga q fora e 4
dias q ate pam amasado overa de ir asim q eu fiqo con este dezejo
q a vontade he larga mas confio em deus q sedo nos dara bonasa