PT | EN | ES

Main Menu


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

CARDS0325

1830. Carta de António de Carvalho para Vitória Pinta, sua tia.

SummaryO autor queixa-se à destinatária do comportamento de uma mulher, aparentemente a sua mulher, e dá instruções para lhe mandarem várias encomendas à cadeia.
Author(s) António de Carvalho
Addressee(s) Vitória Pinta            
From Portugal, Lamego, Santa Marta de Penaguião
To Portugal, Lamego, Fontelo
Context

Neste processo, relacionado com falsificação de moeda, foram réus António Carvalho, Maria e Júlia Guedes. O primeiro, preso em agosto de 1830, seria o falsificador. O dinheiro seria falsificado na casa de Manuel José da Silva Randão, ‘Matula’, por seu filho e por António Carvalho. Uma testemunha, António José Teixeira, corroborou as atividades ilegais de António Carvalho, afirmando que, certa vez, o vira na posse de instrumentos comprometedores, apropriados à produção de moeda. Perante o tribunal, disse ainda que António Carvalho lhe prometera ensinar as técnicas necessárias à falsificação. Quanto às duas mulheres, foram acusadas de posse de moeda falsa. Defenderam-se dizendo que António Carvalho era ainda um parente e que apesar dos avisos de Inácio Bugalho e sua mulher (também eles seus parentes), acabaram por lhe conceder abrigo temporário. Sabe-se que os bens das duas mulheres foram sequestrados.

Embora tivesse contado com a oposição declarada de importantes figuras políticas do final do Antigo Regime, com destaque particular para D. Rodrigo Sousa Coutinho, a emissão de papel-moeda foi mesmo levada a cabo pelo governo português na última década do século XVIII (1796-1797). Sob os auspícios do Marquês Mordomo-Mor e Presidente do Real Erário (Marquês de Ponte de Lima), e numa operação destinada a fazer face às imposições da França revolucionária, foi lançado um empréstimo de 10 milhões de cruzados (mais tarde aumentado para 12 milhões). As apólices a subscrever eram bem distintas dos tradicionais padrões de juro (podiam, por exemplo, ser endossadas), mas foi a possibilidade de serem utilizadas como dinheiro efetivo que instituiu, pela primeira vez em Portugal, o papel-moeda. Como se sabe, as críticas não deixaram de se fazer sentir, mas, à imagem do que aconteceu em muitos países europeus, nem estas, nem as subsequentes desvalorizações, nem mesmo as falsificações, interromperam o novo ciclo. Este episódio mostra como o fenómeno da falsificação de dinheiro não se circunscrevia aos grandes centros urbanos. Pelo contrário, ele parece ter estado disseminado por vastas áreas do país.

Support meia folha de papel dobrada, escrita nas três primeiras faces e com o sobrescrito na última.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Collection Feitos Findos, Processos-Crime
Archival Reference Letra A, Maço 45, Número 12, Caixa 92, Caderno [1]
Folios [1]r-[2]v, Ap.1
Socio-Historical Keywords Rita Marquilhas
Transcription Ana Rita Guilherme
Main Revision Cristina Albino
Contextualization Ana Rita Guilherme
Standardization Rita Marquilhas
POS annotation POS automático
Transcription date2007

Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.

Para a snra Bitoria Pinta minha tia i sra a que Por mam ProPia asistente em Fontelo hoje 4 de setembro de 1830 cadeia de santa marta Minha tia

Munto estimarei qu estas duas regras a haxem com prefeita saude em compa d qem Vmce mais dezeija Pois a minha he Boa deos Louvado para em tudo lhe dar gosto

Minha tia Fara o Favor de me recomendar a sua soBrinha qa Fasa como tem feito emte qui qu se ha de axar bem com a sua vida mas ha de se axar enganada com o seo Pensamento nunca Pensei qu eLa hera tal como he mas todo tenpo he tenpo Para se aPrender mas ha munta CoLidade de tenpo Para se curar todos os maLes pois eu algum dia hei de ser sorgiao, para lhe dar Cura a seus males pois eLa pensa que nunca mais tenho livarmento mas enganase com iso porqu eu não sou seu irmão. Luis qu a mulher fas cuanto qer mas ha de lhe lembar a paLavra q hela me deu mandei lhe Pedir hua manta e hum lansol Pelo rapas qu la Foi i ela fes Pouco caso de a mandar nem de vir ca nem mandar resPosta da carta que lhe mandei mandei lhe dizer qu Fose a vilarinho a caza do Freitas qu he qu he o amo da ingrasia Buscar o dinheiro qu ele deve qu eu ja ca tinha Falado Com ele Pois estou a dever o juis da Prizão os direitos i não tenho Cinco reis i não. sei daqui para donde hirei i qu lovase hum escrito do pariCo Como heramos irdeiros Forsados Para me trazer hum cruzado novo de La i eLa dis qu vinha ca na Segunda Feira nem veio segunda nem emte qui ca apareseu Porem qu me mande a manta i o lansol qu estou a dormir nas taboas i as minhas meias de lam qu não. tenho i asim qu esa molher xhigar xamia a ela i mande lhe ler a carta pois esa molher vai para eLa La mercar hua Pouca de palha para fazer xapeos aqui hum prezo qu aqui esta qu não. va deBalde pois ele lhe paga para ela la ir não. vai de grasa qu ela leva o dino Para lhe mercar isto sem Falta qu va a casa do homem da rolha qu lha venda i qu me mande mais hua manxeia de palha Para Fazer dois xapeos qu tenho de grande encomenda qu foi Bem Branca i qu vanha a parte da outra qu ela mercar e isto sem Falta lhe recomendo isto qu a merqu a molher sem Falta i a minha qu a pesa o joze teixra i o domingos i mais o compe Feijão. qu vai ja se não. tiver quem lhe eu digo qu va o padre joze timotio i ela que vanha com esa molher amanhem qu traga a manta i o lansol i as meias de lam isto tudo sem falta com isto adeos athe não sei cuando aseite visitas minhas i fasa lhe visita a ela i a minha aBo e a meu tio antonio i a i o meu comPadre Feijão. i a qem Por mim Perguntar A Palha qu vanha demais qu a Fazer os xapeos i não lhe nada i a qu para mim qu vanha a parte

deste seu soBrinho qu a vida lhe dizeija por Largos anos Ao de Co A Co

Legenda:

ExpandedUnclearDeletedAddedSupplied


Download XMLDownload textWordcloudFacsimile viewManuscript line viewPageflow viewSentence view