sra molher
mto tristi fiquey ẽ ser tão mofino q
me não achey cõ vm pa cõ ella dar gra
ças a noso sor, ẽ se aV po svido de levar sua
may e minha, e pa q ambos hũ cõ outo
nos cõsollasemos. peçolhe como a minha sra
e molher q tome tudo ẽ pasiencia como
pa q ve todas as oras chamar ds prĩcipes
e Reys e gramdes senhores, e pequenos
q pa yso somos seus, e bẽ ditosa lhe
he pa q elle chama ẽ estado de graça, ja
pareçe q pois neste tpõ a chamou q sera
pa lhe dar sua santa gloria. e quãto a sua
breve doẽça não tome diso paixão q temos
q noso sor quer mto quãdo nos não deixa
jazer p mto tpõ ẽ cama, asy pa não estar
mos tanto pecado como po não daremos
tantos trabalhos. tudo o q elle faz he
bẽ feyto. e pa nosa sallvação, peçolhe
sra mto po merçe q acabe cõsiguo curar
o q p tpõ se cura, pois q da mta paixão
não proçede nenhũ feito, mas ãtes cõ dahy
vyr hũa doemça atemtamos a noso sor, e creia
vm q se eu ysto bẽ não ẽtemdera q nenhũa
pasyemcia tyvera pois q cõ pder a sua may
pdy mais q mai e molher. e porẽ cõsolome
cõ saber q são cousas de noso sor, e cõ V q nos dai
saude e dias de vida pa q ãbos mtas lhe fazemos
bẽ po sua allma. como espero ẽ noso sor de ser
q a quẽ eu tãto quis na vida não me esqueçe
rey ẽ sua morte, q semp me allenbrara o mto
q me queria e fazia. eu tãto q a sua vy lo
guo quisera deixar tudo e partyrme de
qua por me pesar de vosa descõsollação pa q cõ
me V a syntise menos. mas o tpo não me
deu luguar q nenhũa cousa e vossa quisese fazer po amor da
Ra
ynha q ha pto de hũ mes q estaa ẽ nosa
sra da esperãça. q se ysto não fora ja cõ
ajuda de noso sor fora bẽ despachado. e o
tãbẽ não teynho aimda acabados os negocios
de minha irmãa os q mto me estrovarã. e po
rẽ tudo isto não he nada deixar po os de
sejos q tenho de ẽ tall tpõ a V. mas como
eu sayba q como mto descreta curara tudo, e
sabera de mĩ desejar de ir de qua ẽ termo
de a ter mto õRada, pasa po mĩ esperar q a Ra
ynha me acabe de despachar, o q sera cõ bre
vidade poq de dia e de noyte não dromirey
po o mto q me aReleva ser logo cõ vm e mais
cõ me dyzer hũa molher sua vizinha q ella dese
java não viver ahy, e q se ora eu mãdase Requa
do q virya qua. Rogolhe mto q se não aguaste q
não sera õRa minha nẽ sua bullyr cõsyguo, q eu
estou quasy de caminho e lla iremos pa omde
noso sor for Svido. tanto q esta vyr me
espva logo q todas as oras ey de esperar po
sua carta. e não descãsarey ate a não
V po saber como estaa. e mays não me
mande nada, q de nenhũa cousa teynho ne
cessidade, mais q de saber q esteys de
saude. e de ter cudado de buscar o q nos
he necessario tudo qua me derã. aos senhores
meus cunhados domiges Roiz e guaspar mou
rato lhes peço mto po merçe q olhẽ po o q lhe
for necessario q eu irei de qua e tudo eles
Svirei e paguarei mto bẽ, q Follguẽ
de a cõsollar e ẽparar ẽquãto de qua não
vou. e q olhẽ o tpõ como esta mudado
e q mudẽ a cõdição, ao q são obrigados
asy pa cõ ds como pa cõ o mũdo, e lhes
peço q este ajan po sua po quãto o p
ortador estava depresa. o portador
desta lhe dara a casa q me mandou py
dyr, e o synto de domỹgues Roiz meu
cunhado. e a senhora ama fere se eu
viver sabera de mĩ quãto me anojou
beije as mãos po mỹ a ma fonso e a todas
pas q po mỹ pguntaRẽ e ao sor
ãto teyxeira beijo as mãos de sua m
e lhe po mỹ beije as mãos ao sor seu
pai. e minha cunhada q beijo as
mãos de sua m e q disto mto pvilha Fyquo
Roguãdo a noso sor q a tenha ẽ sua guar
da e de mta cõsollação, e a mỹ deixe ir
de qua cõ saude pa lhe guanhar hũ pão
q quema. e viveremos mtos anos cõ mto
amor no seu sãto Svico. oje õze de ja
nro de 1559 anos
de seu marido e grãde amiguo,
jorge pĩto