PSCR0568 [1743]. Carta de Maria Luísa da Silva para o seu marido, João Pereira da
Rocha Paris, capitão. Author(s)
Maria Luísa da
Silva
Addressee(s)
João Pereira da
Rocha Paris
Summary
A autora pede ao marido que volte para a terra porque ela e os filhos
passam muitas necessidades.
View options
Text : Transcription Edition Standardization - Show : Colors Formatting <pb> <lb> Images - Tags : Word Class Detailed POS Lemma Linguistic notes
Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.
A meu marido João Pra da Roc-
ha Paris Cabalam na sidade do Maranhão au-
zente ou o ser Jacinto de Morais Rego e ao ser sar-
gento Môr Manoel Pires da Costa Siebra gde||guarde
Ds ms ans e Vmce do ser Gubernador João
alvres de carbalho
Sidade do Maranhão
Deos te leve em pax
Meu Marido meu Sor joão pra da rocha paris hoje sinco de maio domingo
da rosa Por o Capitam mor do maranham escrevo esta q he joão aLves mari
do de dona benta sobrinha de inacio vas que esta no maranham que serta
mente mandando mto remedio a sua mulher e filhas que se trato como
se forão fidalgas trazem estado de quem tem mtos miL cruzados eu a mais
sua filha como pobres em promeiro Lugar que vm tenha pascado com boa saude
e estimarei mto que essa lhe de deos nosco sor pa emparo de quem Vm mais ama
eu ja a vm escrevi Largamte pello porvinciaL de sto anto dessa villa deos premita
Levallas a sua mão e que o ache com prefeita saude pa dar estado aos seus fi
lhos que ja he tempo e passa de tempo na sua carta veio o que vm dis que eu já
sou morta bem sei que eu pa com vm que ja murri mais ainda sou viva
que me ha de dar deos nosco sor mtos annos de vida pa ainda ter o gosto de o ver em
esta casa tambem me dis vm que ja me fizera os meus bems d aLma tudo
asim he mais não tenha eu outros que antam estou bem aviada isso não e
mporta vm nescas terras vai obrando o estillo do sor seu irmão pois coando
foi desta villa não mentia vm como agora mente mais sai e bem apron
ta e não he isse o que deos nosco sor manda vm a nove anos que me não escreve
des que fallou com o capitam joão de varros na vahia e deziame vm que me
mandava dinheiro pa vestir seus filhos e metellos em o estudo e pa eu hir
pasando e tudo mentiras se eu os não puzera na escolla e não os troussera
vestidos e caLsados senão o que vm lhe mandou estavam bem aparelha
dos coitadinhos que numca tiverão pô que lhe mandasse nada e agora
chega vm ao maranham e falla vm com hum capitam desta villa e dis
vm que não manda nada Cara de puca bergonha pois se eu hera mor
ta com mais vontade avia de favorescer a seus filhos pa se vestir mais
digo eu que destes filhos que vm ca tem não se se lhe da delles o amor to
dos estan nos mullatos que por elles ha vm de hir pa o seu mais ha de
ser o do Lepe que vm bem me tem fito penar e morrer a fome a mais
seus filhos e rota esfarapada a mais a elles mais a sua aLma o pagara
que so deos da o pago nimguem Como elle so lhe digo que vm venha dar
estado a binto e a CLara que bernardo esta em pernambuco a coatro a
nos que se via ome com barba na cara e não ter que vestir nem que comer
e agora aqui estam estes dois que bento ja tem de estudo seis anos mais
veste mto maL vestido e morre de fome se vm não vem ou manda
dro tambem quer aballar e vm não de
que faLar ao mundo que bem tem fallado no seu mao porsidimento que não
ha grande nem piqueno q não diga maL de vm mais eu sou a que o sinto e tenho
sentido que tenho pascado mto mal e mta doenca minha e de todos bento estive
hum ano de cama de hum perna huma chaga furando mexas e cortandolhe
a carne podre e comendo limpo e seu pai por la regallandosse e suando boa
vida como desia diogo marques que vm estava no emferno por não favorecer a
sua caza que lle vinha curallo e savia as mtas nesesidades que eu passava e
faziame bem que me curava a minha caza pello amor de deos mais agora
ja morreo em outubro coando vm pa ca escreveo moreo na aLdeia do bigario
não lhe devo favor nenhum que so lhe devo hum cartinho de ouro sua ma
drasta não quer que elle fassa bem a nimgem e ella não quis que elle lhe
mandasse o binho que elle o queria mandar e tudo o mais que vm m
andou pedir mais elle disse que não na minha cara mesmo que a vm n
ão devia mandar nada que numca vm mandara nada pa aquella caza
esta mto soberva que ja tem seu filho frade e o guilherme esta despacha
do pa jois de fora da terra isto sendo quem sam e vm de tam aLta linha
je e os seus filhos sem estado e mto pobres e tem vm dinheiro pa Ladrois
e não tive vm vinte moedas pa os seus filhos seja pello amor de deos que de
os nosco sor lho pague agora lhe pesso em reverencia de deos nosco sor e de sua mai
santissima que se venha embora e se não quer vir mande dar estado a sua
filha ou cazar ou freira que he o que pode asubir e a bento que estou mto aca
vada e lhe pesco pellas sinco chagas de nosco sor jezus cristo que se venha
embora que se não não lho hei de pordoar e olhe o que lhe digo e não cui
de q isto he graca e não lhe paresca que meu pai manda dro que ja a tres
annos que não manda nada e dis que não esta obrigado a sostentar os filhos
do cavaLam que o seu dro hera coatro moedas não hera nada mais siquer se
pre ajudava mto nem escreve agora lhe pesso que venha ou me reme
die pellas sinco chagas de cristo minha mai lhe manda mtas saudades
bento e cLara fas o mesmo eu em particullares meu querido joão pra do meu
corasão lhe pisco que venha tomar conta dos seus filhos que bem save que não
tem quem se doa delles e aDs athe a vista sem falta desta sua mulhe
r do corasão que mto mto lhe dza athe a morte
D Maria Luiza da Silva aDs
aDs aDs aDs
Legenda:
Expanded • Unclear • Deleted • Added • Supplied
Download XML • Download text
• Wordcloud • Facsimile view • Manuscript line view • Pageflow view • Sentence view