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Cara Prenda.
Eu Já defalecida, pego na penna para lhe en
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[2] | viar a
cauza da minha molestia, e dos meus
Sentimen
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[3] | tos, pois Já pençava que não tornaria mais a ver, o vosso
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[4] | Rosto encantador; pois
não paço hora nem estante,
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[5] | que se me não reprezente, no teatro dos meus sentidos,
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[6] | mas
não tenho Correspondido hás Suas mimozas Letras,
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[7] | por cauza da minha Molestia.
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Hó Seos, tanto vos tenho pedido a morte, por me ver
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[9] | numa Solidão de huma Cama, Sem
poder falar
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[10] | a hum Bem, q tanto o trago retratado nas minhas
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[11] | edeias, sem nas poder aLeviar.
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Mas Só as Alevio, quando veijo, os vosso mi
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[13] | mozos Cabelos q vós me destes, para
desfazer á vista
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[14] | deles, as minhas Lembranças, e aliviar os meus
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[15] | Olhos, que têem sido
duas fontes, q têem Corrido
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[16] | pelo meu rosto, pois por minha vontade todos os
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[17] | dias vos
Iria ver, aSeitara Este Coração magoa
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[18] | do, de huma firme Amante que só a
vista terão desc
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[19] | anço os meos Olhos.
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