Aires Gabriel Aflalo, preso, escreve ao pai demonstrando arrependimento e pedindo nova oportunidade.
[1] | nesta
triste habitação, he a vês segunda, que gozei o
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[2] | prazer de
beijar a mão de minha Cara Mai; julgo deve ser
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[3] | este, o
que Ponha termo a meos males: Vmce magoado
de minhas
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[4] | leviandades me pertende Corregir, eu reçebo toda
a coreção co
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[5] | mo menor ao merito de meos erros; estes
cometudos por
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[6] | minha porbidade me conduzirão a este
triste istado
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[7] | Vmce tenha comizaração
do mesmo, eu lho supe
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[8] | lico, e o effeito da minha devida
obbediencia, (que
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[9] | inqueluza remeto) o haja de comover a
este fim; pois
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[10] | em nada desmintirei no fecturo as firmes
portestaçois
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[11] | de reforma de vida, que ha poucas oras
affirmei a
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[12] | minha Mai, e posto que ella, cansada de
inco
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[13] | brir minhas faltas não queira por mim orár seja
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Vmce quem mesmo lhe Conseda esta graça
que
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[15] | eu alcançe o bem que he proprio para mim da sua
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[16] | mão
o que espera quem he seu filho.
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[17] |
Aires Gabriel Afflalo
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