António da Cruz e Silva escreve ao padre José da Silveira a confessar que entrega a alma ao diabo.
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Avizo a V Pte q Noticie aos inquizidores q eu tenho
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[2] | dado
a alma ao diabo, e q dezespero e aRenego de Ds Padre
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[3] | de Ds filho,
e de Deos espyrito Santo, e de qtos Santos tem o Ceo;
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[4] | e q somte
venero, amo, e adoro a Lucifer por Senhor de minha
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[5] | vida, e alma: e isto Repito, digo, e comfesso todos os
instantes
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[6] | sem temor algũ desse Ds a qm athe gora Cegamte
adorava
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[7] | pa meu mal; e porq desta mudança foy cauza o Pe
Mel
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[8] | thomas, elle tenha o premio q dos infernaes spiritos
espero
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[9] | faso esta deliga por papel, porq a prizão me impozibilita
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[10] | pa
a fazer eu proprio; e não Remeto as noticias a inquizidores
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[11] | algũ porq quero q
seja V Pte obrigado a saber os Comfisados
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[12] | q tem, e a qm
os emtrega; q infalivelmte me parese q está
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[13] | obrigado a dar pte
deste cazo ao santo oficio, e qdo o não faça
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[14] | prontisimamte creminarei
a V Pte por consentidor das indoz
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[15] | lencias com q o Pe Mel
Thomas machado domina
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[16] | a Caza de Mariana da Silva, sem o atemorizar a Vista de
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[17] | Coatro Clerigos q por
semelhantes Couzas Sahirão este a-
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[18] | cto de fé. Não Repare na dezordem da escripta, q a
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[19] | pena com
q fico não dá mais lugar q sertificarlhe q qqm dis
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[20] | isto he
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Antonio da Cruz e Silva
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