O autor dá conta à sua comadre, ao que parece residente em França, de que chegou bem a Lisboa, apesar de o navio onde seguia ter sido “destroçado” por espanhóis durante a viagem. Em consequência, foi forçado a seguir para Portugal dissimulado em hábito de peregrino. Pede também a entrega de diversos recados e informações comerciais.
[1] | gramdes naos
q trouxerõ tantas riquezas
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[2] | e cousas novas
q he cousa maravilhosa eu
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[3] | estou bem
anoyado por nõ teer dro
pa
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[4] | levar pa la
emcomẽdayme a mest
estevam
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[5] | e lhe dize q forõ trazidas
nesta viagem
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[6] | duas arquas de diamãtes e ha de xxb qui
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[7] | latez e ha
muitos homẽs bẽe tristes por elle
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[8] | nõ estar aqui e asy a
mõsor da ponte e
q
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[9] | vos page o q vos
deve minhas gages do tẽpo
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[10] | pasado e q me fara
prazer e diso lhe
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[11] | serey em obrigaçõ (se lartige nõ manda
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[12] | o
dinheiro sera milhor q meu irmão Joam
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[13] |
mõdour vaa a brest e tomar as çedulas
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[14] | de meu
hospede e que lhas de por sinal q
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[15] | eu nõ quis
tomar delle respõdente das
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[16] | ditas çedulas porquãto era
mto homẽ de
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[17] | bem alem disto o dito
lartige me deve oyto
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[18] | escudos dos oyto
chovailles de fero q lhe
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[19] | dey
do q eu nõ tenho çedulla) eu devo a
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[20] |
voest a molher de mir
lucas xx rs
q me
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[21] | nõ alembrou de pagar e de tomar minhas
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[22] |
camisas q estom em sua casa e nõ devo
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[23] | outra cousa
se nosso dito irmão vai a brest
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[24] | elle fara minhas
recomẽdações a mõsor
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[25] | de lartige
tubelhe o tesoureiro da mariea
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