O autor dá conta à sua comadre, ao que parece residente em França, de que chegou bem a Lisboa, apesar de o navio onde seguia ter sido “destroçado” por espanhóis durante a viagem. Em consequência, foi forçado a seguir para Portugal dissimulado em hábito de peregrino. Pede também a entrega de diversos recados e informações comerciais.
[1] | a maneyra como fuy trazido a esta tera
eu
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[2] | escrevo ao sõr almỹrãte e o aviso do
q
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[3] | qua pasa e
q avise a elrey tãobeem e
q
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[4] | escreva ao mayre da rochela
porq lhe pareçe
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q eu sou vimdo por minha vontade minha
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[6] | amiga eu
espero cõ ajuda de ds
q ele nos
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[7] | dara boũa furtuna de todos os males
pa
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[8] | sados eu vos rogo q façaees boũa
chira
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[9] | e nõ tomes payxõ porq o caso vay
milhor
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[10] | do q evydã os
q nos ham emveja nõ fa
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[11] | leçaẽes de me
escrever bem cõpridamẽte de
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[12] | todo o q la pasa e se
ouve grãde mal de
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[13] |
morte ẽ geeral. emcomẽdaime a
todos
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[14] | nosos boũs amigos e dires a meu cõpadre
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joã o frade q eu vy a seu filho e a sua
fa
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[16] | no porto a quãl ouve hũm filho
mto fermoso
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[17] | o
sõr embaxador se recomẽda bem a vos
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[18] | e ao filho
rogãdo a deus minha amiga q
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[19] | vos tenha ẽ saude de
lixboũa a xii ds de
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[20] |
setẽbro. mãdayme do vinho q o vinho
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[21] | val aquy a
dez ducados a pipa e aỹda nõ
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[22] | podem acabar quẽ trouxera myl tonees
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[23] | eles
forõ aquy despachados jamaes ouve
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[24] | tãta neçesçidade. o boysu de trigo de la
mesmo
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[25] | da rochela valeoo a bxx
rs e agora val a x.
Voso como Vdadeyro amigo
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[26] |
Palherõ
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