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Maarten Janssen, 2014-

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1576. Carta de Julião da Costa para Francisca da Costa, sua filha.

SummaryO autor envia recomendações à sua filha, que vai entrar no mosteiro.
Author(s) Julião da Costa
Addressee(s) Francisca da Costa            
From Índia, Cochim
To Portugal, Lisboa
Context

Trata-se do processo de admissão no Mosteiro de Chelas de Francisca da Costa, posteriormente chamada de Francisca de Cristo. Deste processo, constam duas cartas do pai, Julião da Costa, oficial da coroa no Estado da Índia. Nelas, o autor dá as suas recomendações sobre a entrada da filha no mosteiro, além de outras notícias. A pedido do juiz do cível, ambas as cartas de Julião da Costa foram autenticadas por testemunhas.

Support quatro folhas de papel escritas em ambas as faces.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Mosteiro de Chelas
Archival Reference Maço 78, Documento 1541
Folios [21]r-[22]v
Socio-Historical Keywords Tiago Machado de Castro
Transcription Tiago Machado de Castro
Standardization Catarina Carvalheiro
POS annotation Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Transcription date2013

Page 21r > [21]v

[1]
Filha

não me f custão tão pouqo vosas lenbransas q vos não tenha

[2]
senpre mui prezente na memoria ainda q vos e vosa
[3]
may cudeis o contrairo e vos não paresesen mto ben minhas
[4]
reprensoes- mas tenpo vira q vos entendereis q coanto
[5]
mais asparo contra vos me mostrava tãoto mor ben
[6]
vos queria e con isto me satisfaso ainda q disto me
[7]
ficão qa minhas queixas de vosa mai porq idade e saber
[8]
tinha pa entender q ho q eu fazia era tudo po ben vosso
[9]
E tornando ao q Asima dizia digo soo vos me custais mto
[10]
por me noso sor dar couza con q possa satisfazer ao
[11]
voso dezejo mas tudo tomo de sua mão e confio nelle
[12]
q vos dara sizo pa ben entenderdes as couzas de seu sviso
[13]
encomendovos pa minha aobidiensia q deveis a vosa mai a quẽ
[14]
tendes custado tãoto como vos sabeis e q p nenhũ cazo lhe saiẽs
[15]
da võtade deixando en tudo A vosa porq fazendo o vos asin
[16]
A fareis mto A võtade- e asĩ vos peso q sejais mto amiga
[17]
de noso sor e vos encomendeis mtas vezes a elle e todas vosas
[18]
couzas ponhães en sua mao pa q elle as ordene como for seu
[19]
svisso- A mesma obidiensia vos pesso q tenhaes A sra dona ma
[20]
Eu fa por mtas razoes dezejei senpre q servíseis A ds por
[21]
do mundo entender ser esta a vida mais segura asin pa
[22]
A sallvasão da allma q ho prinsipall como pa A vida tenporall
[23]
lenbrandome q na outra vida ten as ben aventuradas -
[24]
gloria eterna e q A de durar pa senpre e q os gostos
[25]
da vida coando os a durão mto pouqo e cabãose logo senão
[26]
vede os gostos e contẽtamtos en q vive vosa mai e pois
[27]
tendes o espelho tão pto não sera nesesario reprezẽtar vos
[28]
outro- e pa remate do q digo levaria eu mto gosto
[29]
q quizeseis ser freira no mostro en q vosa mai
[30]
ordenar porq esta e a sua võtade e de vos entendi eu
[31]
senpre q tinheis A mesma como me la dizieis- e isto
[32]
se ho dinhro da mina e vindo com o ql se vos pode- fazer
[33]
o gasto

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