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Maarten Janssen, 2014-

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1705. Carta de Bento Ferreira Coutinho, estafeta, para Tomás da Silva, correio da cidade de Évora.

SummaryO autor dá conta de que o estafeta que levava a mala com o dinheiro fora assaltado por quatro ladrões, remetendo a mesma, danificada, junto com a carta.
Author(s) Bento Ferreira Coutinho
Addressee(s) Tomás da Silva            
From Portugal, Lisboa
To Portugal, Évora
Context

Este processo diz respeito a Tomás da Silva, assistente de correio na cidade de Évora, da mão de André Pereira, correio na cidade de Lisboa. O réu foi constituído arguido por ação do advogado João Gomes de Góis, procurador de um deputado, o padre Dom José da Gama, o qual dizia ter entregado dez moedas de ouro a Tomás da Silva para que ele as fizesse chegar ao desembargador Diogo Guerreiro Camacho de Aboim, em Lisboa, com parte de quatro contos e oitenta. Estas afirmações são corroboradas pelos recibos datados de 20 de junho (inclusos no processo). Segundo consta, o réu mandou que João Duarte da Costa, oficial-maior do Correio-Mor do Reino, entregasse o dinheiro a Diogo Guerreiro Camacho de Aboim, o que também se pode confirmar a partir dos papéis inclusos no processo. Dado que Diogo Guerreiro Camacho de Aboim não recebera o dinheiro, e que tinha já enviado um aviso ao padre Dom José da Gama dizendo que já não era preciso que lho enviasse, o padre Dom José da Gama suspeitou que o réu o havia roubado, tendo, por isso, pedido que lhe mandasse de volta o dinheiro, o que o réu não fez. Por seu lado, o réu alegou que assim que recebeu o dinheiro de Dom José da Gama o enviara numa mala do correio por um estafeta de Arraiolos e, depois, por um outro moço, chegando o dinheiro a Álvaro Pinto de Azevedo e a João Duarte da Costa, ambos oficiais do correio em Lisboa. Como estranhara a demora do correio, Tomás da Silva, por ser seu criado, escrevera a André Pereira, correio da cidade de Lisboa, pedindo que confirmasse se o dinheiro havia chegado e lhe enviasse os recibos passados, o que a carta PSCR0532 comprava. A carta PSCR0533, que o estafeta Bento Ferreira Coutinho enviara a Tomás da Silva, juntamente com a mala, aberta e rasgada, onde supostamente iria o dinheiro de volta de Lisboa, dá conta do que se passou e assinala o facto de quatro ladrões terem assaltado o estafeta em Pegões durante a noite, sem que ele conseguisse livrar-se deles. O réu, vendo a mala rasgada e atada com um fio, não a quis receber sem participar a ocorrência ao Juiz de Fora da cidade, o qual passou certidão do acontecido.

Support meia folha de papel dobrada, escrita apenas no rosto.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Évora
Archival Reference Processo 11608
Folios 17r
Transcription Leonor Tavares
Main Revision Catarina Carvalheiro
Contextualization Leonor Tavares
Transcription date2015

Page 17r

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[2]
Snr thomas da silva

Não serve esta de ma

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is do que dizer a vm
[4]
o que me sosedeo com
[5]
o estafeta vindo de Lixa
[6]
no lugar dos pegois
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me sahirão coatro
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homes encrotarão
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as malas e donde tão
[10]
vem ese que ahi vai
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cozido com hũo fio e
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não sei se faltara
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alguma couza por
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que o não abrirão
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a minha vista sai
[16]
o estafeta com ele
[17]
pelas sete oras de
[18]
menhã Ds gde
[19]
27 de julho de 1705 as

[20]
afo de vm
[21]
Bento frra Couto

[22]
se faltar alguma couza Me fara vm
[23]
avizo e tãovem o snr João duarte

[24]

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