Summary | O autor conta ao irmão as preocupações que tem com o decorrer dos negócios na feitoria da Flandres e outros recados de família. |
Author(s) |
António Fernandes
|
Addressee(s) |
Gabriel Fernandes
|
From |
Flandres, Antuérpia |
To |
Portugal, Lisboa |
Context | O mesmo maço inclui outras cartas vindas na mesma altura da Flandres, em que se discutem diversos aspetos do comércio que passava por aquela feitoria. Do mesmo conjunto podem extrair-se diversos nomes de intervenientes, seja dos autores sediados no norte da Europa, seja dos seus destinatários, espalhados por diversas praças portuguesas. Entre estas praças está, naturalmente, Lisboa, mas também Tavira, Faro e Funchal. Entre as mercadorias mencionadas estão: azeite, lãs, trigo e espadas. Também se discutem questões de câmbios, o impacto no mercado da escassez ou fartura de certas mercadorias, dívidas comerciais e até assuntos familiares.
Esta carta integra a coleção Corpo Cronológico, fundo documental à guarda do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Trata-se de uma coleção principalmente composta por documentação de cariz judicial e administrativo, que abarca o período entre 1161 e 1696, à qual foi acrescentado um vasto conjunto de material disperso na sequência do terramoto de 1755. A datação dos documentos é critério principal de organização do corpo Cronológico, assim chamado pela mesma razão.
|
Support
| uma folha de papel de carta dobrada, escrita em todas as faces. |
Archival Institution
| Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository
| Corpo Cronológico |
Collection
| Parte I |
Archival Reference
| Maço 72, Documento 15 |
Folios
| [1]r-[2]v |
Socio-Historical Keywords
| Tiago Machado de Castro |
Transcription
| Tiago Machado de Castro |
Main Revision
| Raïssa Gillier |
Contextualization
| Tiago Machado de Castro |
Standardization
| Raïssa Gillier |
Transcription date | 2014 |
[1] |
1542 ẽ ẽves a 26 de mayo
|
---|
[2] |
Sor Irmã
P tra lhe stpvy ẽ 20 deste por õde lhe dey comta do q pasava e lhe mãdey as stpturas do q estou
|
---|
[3] |
por respomdemte por mel serã afora 600 l q depois sostpvy adryã caxo que
|
---|
[4] |
foy de mel corea pa fza desto e me espãto mto de tome serã como se descuydou
|
---|
[5] |
tamto e deyxou ãdar seu filho nestes ẽtereses que cada fza paga mais de
|
---|
[6] |
150 l e tenho pa mỹ lhe tẽ custado estes ẽtreses mais de 2 U l e vm começava
|
---|
[7] |
agora comigo ho mesmo porẽ ho tempo vay de sorte que hũa pataca nã se acha e
|
---|
[8] |
lhe juro a noso sor me vemde vergas mo bãqo roto e ẽ verdade nõ poso ẽtemder isto vẽdo
|
---|
[9] |
o que me deve e como sã dinhos tomados a ẽtereses e se pagã agora 2 tercos ẽ ouro
|
---|
[10] |
valudo q custa os olhos e nõ faz mais conta diso q de hũ pao nẽ me stpve te
|
---|
[11] |
nẽ fala niso como se nẽ ca fora he hũa cousa mto honrada e lhe digo se me nã prove
|
---|
[12] |
como lhe tenho stpto pa esta de junho nã dirã q lho gastey nẽ q fiz bãqo roto por meus
|
---|
[13] |
desmãchos nẽ menos me ey d ausemtar se poder ãtes boã morte e isto ganharey
|
---|
[14] |
por lhe mãdar sẽ ter qua fzda/ outa mto ho tẽ feito joã roiz comigo e se elle nã
|
---|
[15] |
fora p força me ouvera d ausemtar porẽ he homẽ q nã descamsa sobr voso
|
---|
[16] |
cryado o qll me stpve ẽ 10 de fevo q nõ me mãda r por caso da pda e que cãbio he
|
---|
[17] |
escusado falar niso lhe ora eu demãdo respomdemdo a isto se nõ ha de mãdar
|
---|
[18] |
r nẽ ha quẽ tome a cãbio como fara quẽ deve 2 U l e nõ acha quẽ lhe de pataca certo
|
---|
[19] |
eu nõ vejo outo remedio que fugir estas comtas seryã escusadas porẽ he forcado
|
---|
[20] |
e o q mais pesa he q vm nõ ve minhas cartas pq seu cryado nã lhe mostra
|
---|
[21] |
senã as que quer e as q nõ quer ficã no tintro e desta manra mall se pode fazer
|
---|
[22] |
bom negocio sua resposta veja e se quer negocio ha mester q faça outo mũdo
|
---|
[23] |
e nã buscarei meu remedio pois meus pecados asy o querẽ que pa pagar
|
---|
[24] |
cambios me mãda azeites ẽ tempos lhe tenho stpto q nõ mãde nhũ
|
---|
[25] |
Hũa caxa de toalhas lhe mãdo no mõdragã ẽ estremo boas e seis cestas de filra. ẽ hũa paca
|
---|
[26] |
ẽ luis lousado mto boas e dro menos por lhe do q lhe soyã ir/ esperãdo me fara pvisão
|
---|
[27] |
nõ faco mudãça de mỹ e o mesmo creo fara tome serã a seu filho e se ho nã fizer
|
---|
[28] |
ho meterey ẽ hũa cadea homde este toda sua vida ate q me pase posto q eu
|
---|
[29] |
nã poderey pagar se me elle nõ paga e se caso for q seu pay nõ faca pvisã
|
---|
[30] |
faca vm como eu tenha aviso mto çedo e asy bẽ diga q se não pver e vm me
|
---|
[31] |
quiser prover q a pvisã venha a poder de do mẽdez me d agostinho ãriqez e carta
|
---|
[32] |
pa q facã minha vomtade posto q eu tenho pa mỹ tome serã nõ me
|
---|
[33] |
fara tall vileza aqui ãda nõ sey q fugy fugy e por sobre do mẽdez e p isto
|
---|
[34] |
resquey o de cima / Ja lhe stpvy como achei mais de 200 c||cruzados mto ligeyros
|
---|
[35] |
destes q vierã no mondragã aos quais lhe tornarey a mãdar e nesto e ẽ outas
|
---|
[36] |
semelhãtes vejo eu como nõ ve minhas cartas
|
---|
[37] |
depois desta stpta acordamos ho que tẽ os arbis q chamã frco aliaga e domimgos symã e
|
---|
[38] |
João d aramda e eu q somos todos mto amigos de mãdarmos todas p todas ou a mor
|
---|
[39] |
pte dos arbis d espadas por comta de todos e q ã de ir todos a vosa mão e vos darã
|
---|
[40] |
2 por co por voso trabalho isto do q se vemder de cõtado e do q vemderdes fiado vos
|
---|
[41] |
darã 3 por co e q vm respomda pola dita a qẽ se vemderã e todos perdamos
|
---|
[42] |
X l no ganho ou perda ora porq eu nã sey se vm era cõtẽte d aceytar este ptido posto
|
---|
[43] |
q he homrado e de pouqo trabalho e pveitoso stpva lhes pmo pa saber sua vontade a ql logo me
|
---|
[44] |
avisara e se caso for q nã o queira fazer ẽ tall caso vm buscara hũ homẽ q nolo faça
|
---|
[45] |
de quẽ se posa cõfiar q ho fara como he rezã cõ verdade e deligençia e q sẽpre nos mãde
|
---|
[46] |
dinho d avãtajẽ do q for vemdido quãdo seja do seu pois q o negocio he de calidade
|
---|