[1821]. Carta de autor anónimo para destinatário anónimo.

Existe no Termo da Covilhãa, Comarca da Guarda hũa Aldea assaz populoza, pr nome Paúl. tem esta hũa Igra, q fáz hum dos melhores Priorados do Bispdo da Guarda, q deveria ser Patrimonio d'um homem instruido, de virtude, de sãos costumes, de consciencia, e finalmte exemplar: mas pelo contro serve esta de Patrimonio a hum homem Vadio, estupido, sem Riligião, de mão caracter, e entriguista, e o pior q tudo (nas actuais circonstas) o mais inconstituicional; este ho-mem nal da Cide de Braga, pr nome Estevão da Sa Alvres; há 3 anos q ali he Prior, e não tem estado a terra pte deste tempo, como he testa todo o povo na Frga e isto sempre sem licença de supr prqto handa sempre vagabundo já pa Braga, já pa o Porto, e já pa Lisboa, (onde ao prezente se acha) deixando em seu lugr hum Pe q ali há, pr nome Mel Miz Affonso, bom Paracho, mas já mto avançado em ide e prto emcapaz de exercer a occupação tão grave, e tão pezada de hum Paracho, e daqui se conclui qto he vadio; jamais fez oração do seu Menisterio ao Povo, e pr isso se mostra a sua estupidez: jamais deu hũa esmola a pobre, q à sua porta chega-se, e daqui se collige a falta de Riligião, e de temor de Ds he hum homem, q traz envol-vido, quaze todo o povo em intrigas, passando coizas, e novides q nunca existirão, fica disto evidente o qto tem de mão caracter, e d' en-triguista: entriguista acrescendo q logo qdo pa ali foi