O autor transmite ao destinatário as suas suspeitas sobre a relação do bispo do Algarve com um livro proibido em circulação.
[1] | gratifico a VS este grde bem
das suas boas noticias, ainda q com
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[2] | ellas chegam neste corro algumas tam formidaveis, q aos q esti-
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[3] | mamos a Religiam
Catholica obrigam á pena, de q tantos tem a
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[4] | culpa. Eu confesso a VS, q qdo contrapézo na balança da des-
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[5] | criçam
os continuos, e interruptos trabalhos da minha perseguida
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[6] | caza com os destemperos publicos, q respeitam á Fé, e Religiam,
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[7] | me parecem os proprios leves arestas;
porq aos comuns avalio
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[8] | por grosseyras traves; principalmte qdo considero verem os eccle-
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[9] | ziasticos os facctores, e motores de tam
perniciozos escandalos.
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[10] | E se se nam verificar o oportet hereses esse de S Paulo, pa q
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[11] | mais se exalte a Fé, chorammos sem remedio
a desgraça ulti-
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[12] | ma de hum Reyno, q ainda q fosse menos observante dos man-
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[13] | damtos, sempre foy o mais pontual na defensa do
credo.
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[14] | Eu considero, q esse livrinho, ou cartilha do inferno,
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[15] | he natural desta cide, e q essa he a execuçam, q se
promettia
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[16] | ao Muratori simulado; e assim o Autor, e o protector nam
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[17] | se destinguem mais q pa q possa entender o vulgo nam ser
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[18] | o
mesmo compozitor pela destinçam da pessoa, a qm se dedica.
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[19] | Eu, nam com leves fundamtos, sempre estive no pensamto
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[20] | de
q havia matra, em q se trabalhava sobre este ponto, pa q com
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[21] | estes servicos se fortificasse o valimto
a fim de se perpetuar
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