Rosa Maria Egipcíaca escreve a Pedro Rodrigues Arvelos e à mulher, Maria Teresa, a falar-lhes de assuntos devotos e religiosos. Refere um parto recente de Maria Teresa e o facto de o recém-nascido ser seu afilhado. Dá conselhos sobre como os destinatários devem castigar uma escrava (mas ao mesmo tempo tenta defendê-la). Desaconselha a proximidade entre as filhas dos destinatários e as escravas, contando a propósito uma anedota edificante sobre a virgindade. Refere uma causa jurídica em que está envovido o destinatário e fala dos homens da Justiça como "cegos e sem luzes da Razão". Ensina uma oração a São Francisco de Paula para protecção nessa causa. Dá notícias das filhas dos destinatários que estão no Recolhimento, sendo que uma tem "uma dureza na barriga".
[1] | molher e dela tirou mtos exzemplos para criar as suas filhas qdo
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[2] | as tivese Com cautela e não fiar delas couza algũa, quando foi
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[3] | tempo fecundõa Ds com hũa barriga e nela duas meninas que
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[4] | deu a lus ele antão pegou nelas asim como cahirão os pes da
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[5] | Mai e meteu-as em hũ, saco q tinha ja previnido pa ese efeito
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[6] | de q se fose fẽmeas hilas Recolher o snor antão deulhe duas e
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[7] | le antão pegou No saco as costas deitou hũa, pa diante outra
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[8] | para tras e topou Com hũ seu amigo e lhe perguntou para hon
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[9] | de hia ele lhe Respondeu q hia Recolher suas filhas em hũm
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[10] | Comvento de freiras q a q hia adiante q sabia q hia ainda
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[11] | Como sua Mai a tinha parido mas q a qi hia atras q não
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[12] | sabia se hia inteira ou desmanchada porq ele não via e por
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[13] | qi fes ele isto meu filho he porq tomou exzemplo na mai
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[14] | sendo de tão tenrra Idade se tinha desmanchado foi porq se
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[15] | us Pais fiavão dela como criansa esa foi a Rezão porq o es
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[16] | triveiro de seu Pai se estreveo a tanto e se seu Pai e sua Mai a tro
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[17] | sese sempre diante de si ela não havia de ter tempo de cahir
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[18] | nese defeito antão vmces tomem exzemplo nesta historia pa
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[19] | não fiarem as meninas delas nem fiarem delas Com as meninas
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[20] | vmces me perdõe esta matraca mas asim comvem no q Respei
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[21] | ta a crioula e o mulatao para haver quietasão mande o mula
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[22] | to para a fazenda do gado e a ela asoutemna bem e tragãona
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[23] | bem supiada diante dos olhos e tãobem não quero o mulato a
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[24] | hi por amor das meninas nem quero q a crioula tenhão Com elas
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[25] | mta comversa nem comfiansa porq hũa carne danada metida
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[26] | no meio da outra q está sam tambem a dana tãobem não que
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[27] | ro q os Irmaos machos tenhão cama junto Com as femias que
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ro q os Criem Com o habito do santo Temor de Ds, e tãobem quero q vmces
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[29] | se mostrem severos Com eles pa q eles saobão temer a deos e
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[30] | porq filhos qi não sabem Respeitar e Temer seus Pais não sabem
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[31] | Respeitar a Ds, nem temelo nem sabem fugir do Risco e perigo
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