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Maarten Janssen, 2014-

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1591. Carta provavelmente não autógrafa de Vicência Jorge para Jerónimo Monteiro, pai do seu filho, sapateiro.

ResumoA autora escreve ao pai do seu filho para lamentar a forma como ele a tratou.
Autor(es) Vicência Jorge
Destinatário(s) Jerónimo Monteiro            
De Portugal, Lisboa, Oeiras
Para América, Brasil, Pernambuco, Paraíba
Contexto

Originalmente, tratava-se do processo por denúncia de bigamia de Jerónimo Monteiro, cristão-velho de 25 anos, natural de Oeiras, morador na Paraíba. Pelos dados do processo, Jerónimo Monteiro e Vicência Jorge «estiveram de amores», dos quais resultou um filho, nunca se consumando o casamento por oposição da família dela. Jerónimo Monteiro iniciou uma nova vida embarcando para Angola e, posteriormente, para o Brasil. Contraiu então matrimónio com Maria Salvadora em Filipeia na Paraíba. Chegou às mãos desta última, trazida por um negro, uma carta de Vicência Jorge. Era dirigida a Jerónimo Monteiro, que nem a chegou a ver. Maria Salvadora mandou um marinheiro copiar o texto e modificá-lo com o acrescento (transcrição modernizada) «molher ao meu marido mui certo Jerónimo Monteiro», rasgando, posteriormente, a carta original. Com este dado incriminatório, Maria Salvadora denunciou o marido perante o visitador do Santo Oficio, Heitor Furtado de Mendonça, que moveu processo por bigamia contra Jerónimo Monteiro, mandando-o prender. Enquanto denunciante do marido, Maria Salvadora acabou por falar demais e confessou a sua intervenção, pelo que Jerónimo Monteiro foi libertado, enquanto a mulher ia presa e era condenada por falso testemunho, falsificação e quebra do segredo do Santo Ofício.A carta aqui transcrita (CARDS2253) tem data anterior à carta falsa (CARDS2252) e não se explica no processo qual foi a sua importância para a averiguação dos factos, se bem que se depreenda que tenha servido para ilibar o réu.

Suporte quarto de folha não dobrado escrito no rosto e com o sobrescrito no verso.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 10755
Fólios 61r-61v
Transcrição Tiago Machado de Castro
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Tiago Machado de Castro
Modernização Sandra Antunes
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2012

Texto: -


[1]
Snor
[2]
não me espanto não averdes do de mỹ pois fostes tão cru que o não ouvestes da vosa carne.
[3]
mas eu vos ey por requerydo pa diemte de jsu de nazare pa estarmos a comta eu vos.
[4]
pois sabeis mto bem q eu podera estar casada se não fora por amor de vos. e os travalhos que por vos pasey.
[5]
mas não se me da a nada que não deyxo de levar aguora melhor vyda do que ãtão levey.
[6]
mas este he o paguo que destes
[7]
u nada tome.
[8]
ds he bon juiz
[9]
não vos enfado mais posto que mto tynha q dizer porqto o deyxo pa quoãodo estyveremos a juizo ante o justo juiz q todo ve e q não avera que neguar
[10]
de oeiras oje sesta fra d endoeaças 24 de março de 591 anos desta q não divera ser Vicencia Jorge

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