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Maarten Janssen, 2014-

Sentence view

[1689]. Carta de Joana de Oliveira para Inácio Francisco, oficial de calafate.

SummaryA autora sugere ao destinatário uma explicação sobrenatural para os males de que ele se queixara e indica-lhe soluções devocionais.
Author(s) Joana de Oliveira
Addressee(s) Inácio Francisco            
From Portugal, Porto, Fornelo
To S.l.
Context

A presente carta é autógrafa, de uma mulher que foi denunciada à Inquisição como tendo culpas de feitiçaria. Denunciou-a o cura da freguesia de São Martinho de Fornelo, que recebera a carta do seu destinatário.

Dentro do fundo do Tribunal do Santo Ofício existem as coleções de Cadernos do Promotor das inquisições de Lisboa, Évora e Coimbra. O seu âmbito é principalmente o da recolha de acusações de heresia. A partir de tais acusações, o promotor do Santo Ofício decidia proceder ou não a mais diligências, no sentido de mover processos a alguns dos acusados. Denúncias, confissões, cartas de comissários e familiares e instrução de processos são algumas das tipologias documentais que se podem encontrar nestes Cadernos. Quanto ao crime nefando e à solicitação, são culpas que não estão normalmente referidas nestes livros.

Support a carta ocupa a terceira face de meia folha de papel dobrada.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Coimbra, Cadernos do Promotor
Archival Reference Livro 313
Folios 224r-v
Transcription Rita Marquilhas
Main Revision Cristina Albino
Contextualization Rita Marquilhas
Standardization Fernanda Pratas
POS annotation Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Transcription date2000

Text: -


[1]
Snor
[2]
estimarei que Vms e sua boa saude comforme eu pa min dezejo
[3]
eu com a que fico he pera tudo o que me ordenar de seu sreviso
[4]
o que Vms me mandou preguntar pela portadora do mal da sua mulhre qua na minha reza achei que o mal que lhe deu foi ar emtreor cheguado
[5]
outro ramo que ela tem comsiguo o que he lhe direi que sua abo que se chama ana domingues que se predeo perdeo por dar maos conselhos a hũa filho que não tinha outro e lhe dar no sogro e lhe de mto mão trato
[6]
e qua confesa que matou a sogra de Vms que por sinl se chamava frca dominguos
[7]
e Vms querendo que lho degurade mo mande dizre loguo pera se selvar a si a mais a sua menina q qua confesa que lhe tera morto quoantos Vms tem avido
[8]
E con sua mulher se não canse nem guaste nada porque tem pouquo remedio que lhe acodio tarde
[9]
aguora tudo o que lhe pudre fazre tenha por sreto que o hei de fazre
[10]
e querendo Vms que lho degrade loguo mandemo dizre nas costa desta
[11]
qua me emtreguo a portadora tres mil e sento e vinte
[12]
isto não emfado mais a Vms
[13]
mto sreta pa que ordenar

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