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Maarten Janssen, 2014-

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1643. Carta de João Fernandes Penedo, familiar do Santo Ofício, para destinatário inexistente,supostamente a Inquisição de Coimbra.

ResumoO autor escreve esta carta fictícia avisando um destinatário inexistente de que surpreendeu três homens fugidos da Inquisição.
Autor(es) João Fernandes Penedo
Destinatário(s) Anónimo396            
De Portugal, Portalegre, Olivença
Para Portugal, Portalegre, Olivença
Contexto

Este processo diz respeito a João Fernandes Penedo, autor da carta, acusado de abuso de autoridade e preso a 9 de abril de 1643. Segundo consta da denúncia contra o réu, este apregoava a todos que era um familiar do Santo Ofício que andava a prender judeus pelo Reino e mostrava os seus papéis para obter dinheiro e favores. Trazia consigo carta da Misericórdia para que lhe dessem comida e cavalgadura em todos os lugares. De acordo com um depoimento de uma das testemunhas, o réu chegou a trocar as cavalgaduras por dinheiro para ir para as tabernas beber.

A carta transcrita foi incluída no processo como prova do abuso de autoridade do réu, que prendia pessoas sem ter provas contra elas e sem ordem da Inquisição, utilizando para isso soldados recrutados por si (alguns de má fama também).

Em depoimento, o réu disse que escreveu a carta por ter sabido, em Lisboa, que as pessoas mencionadas eram espiãs, que lhe tinham levantado uma grande quantidade de fazenda e que estavam fugidas ao Santo Ofício. Esperava prendê-las para que lhe pagassem, valendo-se dos inquisidores de Coimbra.

João Fernandes Penedo prendeu um soldado chamado Domingos Lopes e a sua mulher, Feliciana Mendes, mas logo em seguida foi também ele preso, uma vez que o comissário de Olivença, Afonso Pires Sardinha, estranhou o seu comportamento, achando que ele estava louco, e denunciou-o. Efetivamente, o réu foi considerado incapacitado mental e já tinha sido preso aos vinte anos, alegadamente por ser doido, na cadeia de Monção. Foi solto a 18 de maio de 1644.

Suporte quarto de folha de papel escrito no rosto e no verso.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Évora
Cota arquivística Processo 3850
Fólios 5r-v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2365792
Socio-Historical Keywords Maria Teresa Oliveira
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Raïssa Gillier
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Raïssa Gillier
Data da transcrição2015

Texto: -


[1]
fara Vm diligencia pela via q lhe parecer
[2]
se apartão por estas partes tres homens naturais de sãotaren cunhados E irmãos que ha tres anos fogirão da imquiCicão de valhadolide
[3]
chamasse ricardo Lopez
[4]
suas insinias são meio mulatado baixo os olhos pretos abugualhados e não encovados
[5]
seu irmão chamasse manoel Carnro tem huã navalhada pelo rrosto que lha deu frco aires de braganca em mõte rei evora 12 anos
[6]
e hu outro chamasse Luis Vas Cazado huã irmam destes
[7]
este E de idade de 40 anos alvo como a neve afiminado do rrosto
[8]
o manoel Carnro E gintil e medico de idade de 45 anos
[9]
a 25 anos q fogirão sãobinitados de Lxa.
[10]
morarão 12 anos em rio seco 12 legoas de salamanca pa caostela velha
[11]
Vm faCa milhor via q lhe parecer
[12]
se deles tiver noticia avisa ao tribunal de coimbra este outro na q escrever
[13]
q a orden q derem os snos inquizidores essa sigua
[14]
chamẽse Luis Alves da rrocha Joao trancosso pra frco d ãodrade E outro
[15]
asinosse dia mes ut supra
[16]
João Fernãodes

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