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1570. Carta de Gaspar do Couto para André Fialho, padre.
Author(s)
Gaspar do Couto
Addressee(s)
André Fialho
Summary
O autor dá informações sobre a providências tomadas relativamente ao processo do réu.
Text: -
[2]
tanto q aqui chegou Recado de vm q fose a evora eu e mell calaça nos
partimos desta cidade sesta fa
primero dia depois de dia de corpus cristy
e chegamos a evora sabado ja tarde
[3]
foy logo com aqueles
snres
a quem de Roma vinha emcomdado e por comselho de todos acordamos
que seria
bom buscar quem falase ao sor arçebpo primro
[4]
e o daiam e mell
amtunez a quem eu
ja tinha falado se oferecerão pa lhe falar primro py
dimdo lhe q quisese sua
s aceitar hũ prebe q o br papa lhe mãdava
porq sabia quam justo e
catoliqo era polo quall cometia esta causa
a sua s e que neles faria grande m em ho açeitar e que
oulhase que
pasava de tres anos q estava preso por tas de pouqo credito e que lhe ty
nham ma vomtade
[5]
e ele lhe Respomdeo que folgaria mas que fora neçesario
mais dilacam. que eu me podia yr e deixar o
brebe
[6]
quãdo o daiam me deu
esta Reposta Respomdilhe que avia tres ou qatro dias que estava aly sem
fazer nada
que detreminava falar lhe
[7]
e quarta fa deRadeiro de maio fuy
a casa do arçebpo pola manham e em se
alevamtamdo e saindo pa hũa varamda
emtrey e dise lhe eu sou paremte
do Ldo amdre fialho q ora esta preso
e tenho cargo de o prover do neçesario
[8]
o doutor mell
fialho seu irmão que ora
esta em Roma me mãdou hũ brebe de sua samtidade pa vosa s.
[9]
beiyarey
as mãos de vosa s fazerme tamta m que me de liçemça pa com hũ
notairo lho apresentar.
[10]
e
Respomdeu me quiria vos eu dizer o que vos
a vos cumpre qua que este caso e de mais sustamcia do que vos cudais
[11]
e eu
lhe Respomdi beiyo as mãos de vosa s por me dizer o que me cũpre dise ele emtam
vos vos
devies de ir e deixar o brebe qua por e necesario mais dilacão do que
vos credais
[12]
dise lhe eu emtão
sor em a qatro dias que estou nesta cidade pa
ter todos os
comprimtos com V S
[13]
eu sou desta ydade que V S ve e aleijado de
de
hũa perna
[14]
V S me faça m que me de licemça pa com hũ notayro lhe
apresemte este brebe.
[15]
esteve hũ pouqo e dise ora ora
[16]
fiz lhe minha mesura
e saime e fui per o notairo q la não ousou de emtrar sem lhe
em prmro ter
liçemça
[17]
quãdo fuy com o notairo o porteiro estava dãdo a graça de ds e dise
me
que por amor de mï o quisera ho arçebpo matar por me deyxar emtrar
a mï não quis deixar emtrar
[18]
todavya foy de tras do notairo e lhe chegey a
a porta da camara e o e
o notairo lho deu e a cabo de oyto dias quisera
o notairo pa que Respondese.
[19]
neste tempo lhe falei muitas vezes
e sempre
dava boa Reposta
[20]
fui acomselhado destes sors que vm sabe
q o não afromtase mas que levase a cousa de boa maneira porque tinha
mos sabido que o fizer logo
saber ao cardeall
[21]
e como vm sabe que he
feitura sua não ousa de fazer cousa em que ho arroyra
[22]
acomselharão me que
me viese e que deixase la quem lho lembrase e que depois tornase la e asi
o fiz porque he vdade que me
achei mto mall de poro agastamto
[24]
eu me estou agastamdo por não
ser ja la
[26]
a tres dias mostrei a copia do brebe ao Ldo
[27]
diseme q não dizia
em que prisã
estava
[28]
fiz esse queixume do doutor mell fialho que não mãdara o monitorio
que na
sua dizia que o mãdaria dai a tres dias e ate ora não he vindo
[29]
diseme que não me dise diso que milhor era levar a
cousa por bem
[30]
todas estes snors devem tamto ao snr doutor que me diserão que
prouvera a ds q pendrão eles com quãto tem comprar hũa soltura
[31]
Joam pereira ofereçeose muito comtudo o que nele
e falaria ao arcebpo como de feito lhe falou duas vezes dizemdo que se veria per
carta como ele
ajudara e ajudaria com o arcebpo como eu bem veria
e me ofereçeo dinheiro e muitas abastancas
[32]
pareçeome milhor fazer
dele fiele que decrararmo por omigo porque pode
domar mto se quiser
[33]
vm pode estar comsolado porque toda esta cidade esta creemdo q
padece injustamente por tas falsas e mall acreditadas e por
pesoas q por lhe dizer o
que lhe pertemçia a suas comciemçias se
alevamtarão comtra ele.
[34]
maria sardinha mandou pydir o mãateo
frisado e
diz que vm o mãda pidir
[35]
la lho mãdo e asy lhe mã
do seu filho que agora madou pidir dizemdo que em
toda mane
yra lhe mandase
[36]
mais não a que fiqarmos Rogamdo a ds por vos
e soltura
de vm
[37]
d elvas a 16 de Junho de 1570 anos
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