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1805. Carta de Manuel de Miranda, homem de ganhar, para José de Faria, fazendeiro.

SummaryUm criado escreve ao patrão na tentativa de se ilibar do furto de que foi acusado.
Author(s) Manuel de Miranda
Addressee(s) José de Faria            
From Portugal, Lisboa
To Portugal, Barcelos, Vila Franca
Context

José de Faria declarou ter sido roubado pelo seu criado, Manuel de Miranda, de uma grande quantia de dinheiro que estava escondida num saco de cevada. O criado escreveu ao amo dando notícia de várias desgraças que lhe tinham sucedido. A carta, segundo o amo, tinha por objetivo jogar a favor da ilibação do criado.

Support uma folha de papel dobrada escrita nas duass primeiras faces, e com sobrescrito na última.
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Collection Feitos Findos, Processos-Crime
Archival Reference Letra M, Maço 117, Número 38, Caixa 260, Caderno 3
Folios 3r-4v
Transcription José Pedro Ferreira
Main Revision Cristina Albino
Contextualization José Pedro Ferreira
Standardization Clara Pinto
POS annotation Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Transcription date2007

Text: -


[1]
Sr Joze de Faria
[2]
Meu prezadissimo Ao da ma maior veneracão.
[3]
Estimarei mto a sua saude e da sr Roza pois a ma fica ao seu dispor para quanto me determinar
[4]
Dou pte a vmce q a primeira noticia que tive Logo q dezembarquey no biato Anto foy que estava meu Irmam sopultado aonde fiquey Inteiramte sem saber quaze pte de mim
[5]
cheguey as janellas Berdes a Caza de minha cunhada e lhe pedy a chave da Caxa para ver a minha Roupa em que termos estava e achey toda cheia de Bollor
[6]
tão somte achey sem deferenca alga huma jaqueta desa La gorssa e hum colete e a mais toda perdida aonde comissei a ter Razoens com ma Cunhada aonde apareçerão dois morSegos e me levaram prezo
[7]
ando agora a Excutar Com ma Cunhada pa ella me dar hum Ralojo que meu Irmam me dexou no seu Testamto e juntamte por via de dois pares de fiBellas q me faltaram na ma Caxa pois eu a achey aberta sem saber quem abriu e minha Cunhada nega que a não abrira
[8]
e portanto quero ver se passo a apanhar alguns fatos de meu Irmam com que Me pague de alguas Couzas pois eu me acho mto duente em termos de hir pa o Hospital
[9]
e Com isto não emfado mais a Vmce
[10]
e aDs athe a vista
[11]
deste seu mto Vor e C Lisboa 5. de dezbro de 1805 Manuel de OLivra

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