CARDS3195
1627. Cópia de carta de João Gomes Lopes, confeiteiro, para o seu irmão, Francisco da Fonseca, confeiteiro e mestre de meninos.
Autor(es)
João Gomes Lopes
Destinatario(s)
Francisco da Fonseca
Resumen
O autor tece fortes críticas ao destinatário por ele não se ter escondido, livrando a sua honra.
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Ao sor frco da fonsequa jhs ma
Resebi a de v m feita em 4 deste q core e vejo
como me dis porque dera os 700 rs esses
deu v m seu dei mais de 10 testois e v m
dis que por carta minha digo q a quem
mandara eu o avizo q mo não estimara
mto e v m agora acorda cõ isto em dizer
q mto parvoamte se fora de sua caza
bem parece q v m esta cõ os beisos cõ que
mamou pois dis o q dis sinal he q não
dá v m credito as coizas q tanto inportão
e vão honra nelas a carta q lhe escrevi
ma palavra bastava ao mais sinpre homẽ
q ouvera no mundo pera não estar ja
no cabo do mundo ao doeser v m diso me peza
quanto ds sabe ao dizer v m q se sahio 5
legoas de castelo branco e que gastou e
gasta o q seus filhos não tem digo que
v m não esta em seu juizo pois me dis iso
quantos homẽs hai no mundo que deixão
mtos Cruzados por ahi perdidos e molher e fi
lhos e se pom em cobro cõ ma testa qto mais
por meus pecados quem tem tantas cõtra si
não sei que pensamento he o seu se v m
se não quer hyr aguarde o pecado q a v m
não lhe an de mandar avizo e tem v m tão
pouco juizo que me escreve o q me escreve
a cabo de hũ mes cudando eu q v m esta
va posto donde lhe não soubesem nem por
imaginasão donde estava he huã coiza
que me tem dado em q emtender porq se não estivera
do modo q estou que he aver falesido inosensia
d orta e eu perdido e não ter 2 filhos que não tenho
donde os deixar ja me ouvera de hir ter comig
v m a dizerlhe 2 palavras mto bem ditas q quer dizer
que cõ paixão ou inosente se sahio de sua caza porq
os outros q se forão é que se auzentão vão culpados a iso
digo q v m q esta fora de si e que lhe requeiro da
parte de ds que se va logo e q não paresa mais no
mundo nem lhe lenbre molher nẽ filhos olhe q estas
coizas inportão a honra e que não sabe estimar o bẽ
de ds q lhe dou o avizo pa que não se veja e se dizei
mto bem parese q esta v m doudo pois dis na sua q
esta pa lhe dar o miolo hũa volta destas parvoi
ses eu lhe requeiro da parte de ds que não siga cõ
selho de sua molher senão q esta carta he anjo do
seo que lha manda q quer dizer que mais val hũ
homẽ honrado prezo que não acolhido sinal he
q v m quer ser antes prezo q não acolherse esa
bestidade he mto boa eu lhe torno a requerer q se va
mto inbora e não fasa bestidades olhe o q lhe requei
ro da parte de ds não atente a meus pecados q são
mtos e não queira q ja que v m se não quer hir que
me va eu e deixe tudo perdido eu não me atrevo a
responder lhe a sua carta porq he feita de mão de
homẽ q se não emtende pois escreve tais coizas
sor em rezulusão eu lhe digo q este avizo me tem
Custado a vida de inosensia d orta pois por meus
pecados tanto q daqui partio o homẽ ela logo ca
hio e se não levantou mais q pa a cova pois lhe che
garão a dizer o q v m tinha comtra si e veio agora
hũa carta de v m que não tem peis nẽ cabesa
e escreve cozas tão fora do q qua se sabe como de
min pa el rei e asim digo q v m se va cõ jhs ma q va cõ ele e não lhe lenbre nada nem filhos nem
molher porq nisto não hai filho por pai nẽ pai
por filho e mais pa pesoas q tem joizo avia mister
mais leitura que a que lhe escrevi e o q lhe escrevo
q quer dizer carta sinples ha mister mais q ma pa
lavra q dizer q se va ver a dona ma a sevilha que
mais ha mister an de lhe dizer guardate q te quero ma
tar se hai dar este avizo bõ he mas v m foi tão vir
turozo q o teve e não quer Cudar q lhe bate noso
sor a porta pa se hir e que mais clareza ha mister q
isto e de mais diso não basta que os traidores diserão
mal que remedio tem iso se não irse cõ jhs q va cõ
ele e não olhae senão q vai pedindo q ds não lhe
a de faltar nem se fie de sua molher por mais q lhe di
ga e de mais diso se v m lhe pareser que he mais hon
ra prendeireino q não fogir fasa o q lhe pareser
bem que iso não he senão comselho de sua mo
lher v m deve ser hũ so no mundo e asim como
v m he hũ sor de mta fazenda quando la forem lhe
an de dar avizo em q diguão gardaivos q vos vou
buscar e asim desa maneira pode estar em sua caza
pobre de quem perdeo a mai dos filhos cõ o sobresalto q
teve de lhe darem o avizo q dlhe derão pa v m e v m
com tanto descanso escreveme hũa carta tão fora
de propozito q não ha pesoa q lhe não cuspa na
cara q homẽ hai q escreva o q v m escreveo hai
quem tal escreva se não louvar ao sor por tão
grande bem como lhe vejo ja lhe tenho dito o q lhe cõ
vem v m fasa o q lhe pareser bem q eu dezemcarego
minha comsiensia e digo q da parte de são pedro e pau
lo se va mto embora e não queira q nos percamos to
dos q este mal he pior q peste e bastava levarme ds
a sua boa amiga mai de meus filhos veja v m qual
eu poso estar e asim digo q me acuda ds q pode o ldo
esta mto emfadado cõ a sua carta de v m e ver o q v m es
creve de parvoises sendo homẽ de intidimento a ds
q o gde lisboa oje 15 de Junho 627
V
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