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Maarten Janssen, 2014-

PSCR0010

[1500-1599]. Carta de Palleiron para a sua comadre.

SummaryO autor dá conta à sua comadre, ao que parece residente em França, de que chegou bem a Lisboa, apesar de o navio onde seguia ter sido “destroçado” por espanhóis durante a viagem. Em consequência, foi forçado a seguir para Portugal dissimulado em hábito de peregrino. Pede também a entrega de diversos recados e informações comerciais.
Author(s) Palleiron
Addressee(s) Anónima31            
From Portugal, Lisboa
To França
Context

Consideramos que o autor tenha nacionalidade francesa, muito por causa da referência que faz a um seu irmão chamado “Joam Mõdour”, bem como por a sua mãe estar em Marselha. A isto junte-se as diversas alusões contidas na carta a indivíduos franceses.No que se apura, estamos perante um indivíduo que se deslocou a Lisboa em negócios e cujo navio naufragou durante a viagem. Note-se que o resumo arquivístico menciona “virem do Maranhão sette naos”, algo que não relacionamos com nenhuma passagem da carta. O que realmente vemos na própria carta é “vimdas de calieu sete gramdes naos”. Não discordamos da informação arquivística, mas merece maior confirmação.

Esta carta quinhentista foi recolhida no fundo Colecção de Cartas, unidade de instalação Cartas Missivas e outros Documentos. Esta unidade agrupa, em 4 maços, documentos dispersos de datação incerta ou incompleta. A partir da informação interna da própria carta, tenta-se inferir datas extremas e dados que a situem e, de alguma forma, a contextualizem.

Support duas folhas de papel escritas em todas as faces
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Colecção de Cartas
Collection Cartas Missivas e Outros Documentos
Archival Reference Núcleo Antigo 878, Documento 273
Folios [1]r-[2]v.
Socio-Historical Keywords Tiago Machado de Castro
Transcription Tiago Machado de Castro
Standardization Catarina Carvalheiro
POS annotation Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Transcription date2013

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Palherõ não Pacheco

Mynha comadre mynhã boũa amygua eu vos aviso como nos estamos em esta cidade de Lixboũa saãos graçãs a ds o q foee sem grande trãbalho pq nos cõveoo tomar porto a vmr omde os espanhões nos destroçarõ e nos cõveoo hir por tera atee santiago em abitos desymulados a mỹ acõteçeo bem q tinha vestidos porq tudo me ficara das novas de qua nos podemos despachar nada em q o coreo q leva estas cartas sejã vỹdo de frança o q me sera bem lomge se eu poso escapar jamães homẽ me tomara desta sorte. eu escrevo a pedro tonalhe a bordeos q logo vos mãde estas cartas a fym q me mãdees e escrevaes por elle todas as novas de la ha senõ hũa cousa que me pesa do dinheiro de chevilỹ se lartige volo mãda escrevelhe q vollo mãde a fym q tenhaees paixã as cedulas estã em casa de preyam quilbigão meu hospede tem a das sasenta lb do dito thonaile e hũa de quorẽta lb q sam minhas e lhe faze bem escrever e como eu fuy qua trazido e asy se teverdes novas de marseylhas e de minha mãae e de todos nosos amygos de la se me pareçera q avia de viir pa aqui e trouxera mercadaria ganharase grãde dinheiro som vimdas de calieu sete gramdes naos q trouxerõ tantas riquezas e cousas novas q he cousa maravilhosa eu estou bem anoyado por teer dro pa levar pa la emcomẽdayme a mest estevam e lhe dize q forõ trazidas nesta viagem duas arquas de diamãtes e ha de xxb quilatez e ha muitos homẽs bẽe tristes por elle estar aqui e asy a mõsor da ponte e q vos page o q vos deve minhas gages do tẽpo pasado e q me fara prazer e diso lhe serey em obrigaçõ (se lartige manda o dinheiro sera milhor q meu irmão Joam mõdour vaa a brest e tomar as çedulas de meu hospede e que lhas de por sinal q eu quis tomar delle respõdente das ditas çedulas porquãto era mto homẽ de bem alem disto o dito lartige me deve oyto escudos dos oyto chovailles de fero q lhe dey do q eu tenho çedulla) eu devo a voest a molher de mir lucas xx rs q me alembrou de pagar e de tomar minhas camisas q estom em sua casa e devo outra cousa se nosso dito irmão vai a brest elle fara minhas recomẽdações a mõsor de lartige tubelhe o tesoureiro da mariea joam e a mr mygel danneus e lhe cõtara a maneyra como fuy trazido a esta tera eu escrevo ao sõr almỹrãte e o aviso do q qua pasa e q avise a elrey tãobeem e q escreva ao mayre da rochela porq lhe pareçe q eu sou vimdo por minha vontade minha amiga eu espero ajuda de ds q ele nos dara boũa furtuna de todos os males pasados eu vos rogo q façaees boũa chira e tomes payxõ porq o caso vay milhor do q evydã os q nos ham emveja faleçaẽes de me escrever bem cõpridamẽte de todo o q la pasa e se ouve grãde mal de morte geeral. emcomẽdaime a todos nosos boũs amigos e dires a meu cõpadre joã o frade q eu vy a seu filho e a sua fa no porto a quãl ouve hũm filho mto fermoso o sõr embaxador se recomẽda bem a vos e ao filho rogãdo a deus minha amiga q vos tenha saude de lixboũa a xii ds de setẽbro. mãdayme do vinho q o vinho val aquy a dez ducados a pipa e aỹda podem acabar quẽ trouxera myl tonees eles forõ aquy despachados jamaes ouve tãta neçesçidade. o boysu de trigo de la mesmo da rochela valeoo a bxx rs e agora val a x.

Voso como Vdadeyro amigo Palherõ

Legenda:

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