O autor escreve a José Joaquim Aires de Carvalho censurando-o por já não ser seu amigo.
Lxa H R d' S Je
de Dezembro 25
Sr Dr Joze Joaquim
Não, pr mais q eu queira, posso vir
no conhecimto de
ql seja o pensar de
Vmce pa comigo; hoje
vejo o qto o pensar do homem he errado; eu
sempre tive
o seu dizer, como hũa doutrina a mais solida; os
seus conselhos pa mim
erão os mais Sagrados Evangelhos,
isto mmo tenho em Lxa confessado, pelo
espasso dez annos; nun
ca disto o contro lhe ha- de ter constado; e jamais constará; mas
tenho talvez vindo no conhecimto do qto a senseride esta
afastada dos
homens: Vmce aquellas pessoas, de qm pensa
q comigo tem
algas relações amargamte se
lhes queixa de mim, mas a outros
diz de mim, o q bem lhe pare-se, e
qr mas não deve fazer-me
tão tolo, q não conheça o
q sou; sei mto bem q não posso
com
petir com Vmce assim nos bens da fortuna, como nos
seus
vastos conhecimtos porem desde já lhe asevero q jamais
de
zejarei utilizar-me dos dois extremos: viva mto embora pr lon
gos
annos a pár das riquezas, q eu a pár da indegencia pas
sarei o resto de meus
dias: estou bem lembrado q na ma par
tida Vmce me offreçeo
qto me fosse prestavel, mas veja q não
occupei nunca
somte pa me receber hũa procuração pa
partilhas
e a isto mmo se negou, e athe nem respta me
deu athe gora; com q
se em hũa couza de tão pouca entide se
negou, q seria
se em couzas de maior velume o occupasse, e
pr isso digo qto não he er
rado o pensar dos
homens pello menos se em algas couzas o não