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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

[1582-1584]. Carta de Manuel Leitão, ex-guarda do Santo Ofício, para [João de Oliveira].

ResumoO autor dirige-se a uma pessoa da sua confiança pedindo-lhe alguns recados.
Autor(es) Manuel Leitão
Destinatário(s) [João de Oliveira]            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Viseu, Santa Comba Dão
Contexto

Francisco Dias, alcaide do cárcere da Inquisição de Coimbra, declarou que ouvira dizer que uma cristã-nova tinha dado à luz enquanto estava presa e que Manuel Leitão, antigo guarda, tinha levado a criança consigo. Dos testemunhos recolhidos, apurou-se que a jovem era Violante Nunes, natural de Seia, e que Manuel Leitão era o pai da criança. Violante Nunes tentou implicar um jovem da sua terra, mas a existência da criança e o seu destino eram, afinal, bem conhecidos em Coimbra.

Quase todas as testemunhas chamadas sabiam que em casa de João Fernandes, tosador de ofício, vivia um menino, chamado Manuel, e que Manuel Leitão era quem pagava o seu sustento. Quem conhecia o antigo guarda desde pequeno destacava a semelhança entre ambos.

António Rodrigues, uma das testemunhas, afirmou ter sido portador de uma carta dirigida a João de Oliveira, morador em Santa Comba Dão, localidade de onde Manuel Leitão era natural (fl. 36v). Pelo conteúdo da carta aqui transcrita, presume-se que seja a mencionada. Também fica a ideia de que esta carta terá sido enviada de Lisboa, para onde Manuel Leitão foi destacado para cumprir pena nas galés.

Manuel Leitão havia perdido o seu cargo de guarda do Santo Ofício na sequência de outro processo que lhe foi movido em 1576 (Inquisição de Coimbra, proc. 9469), através do qual ficou provado que ele servia de intermediário no transporte de cartas entre presos e correspondentes no exterior.

Suporte uma folha de papel, escrita em ambas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Coimbra
Cota arquivística Processo 258
Fólios 119r-119v
Socio-Historical Keywords Tiago Machado de Castro
Transcrição Tiago Machado de Castro
Revisão principal Catarina Carvalheiro
Contextualização Tiago Machado de Castro
Modernização Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2015

Page 119r > 119v

Snor

façame m q se veja minha maĩ e miçia gomez e q lhes diga como fico mto bẽ desposto e q m ẽcomẽdo sua bẽsão e q tenho mta cõfiãosa noso snor q muito sedo nos vejamos p coallqr via q seja e q não se agaste nimgẽ por / tãobẽ lhe peço q coymbra agora vm pasar per va por sãota justa he jumto a capella das casas q forão do recoveiro pgũte por dous cristãos novos q sairão neste auto pasado sãobinitados se chama ho lco amdre nunéz he houtro se chama do nunéz e são da tore de mẽcorvo he secretamẽte lhe diga como esteve comigo e hõde fico e q não lhes escrevo porquãto são çerto estarẽ ai mas q lhes beijo as mãos e q me escrevão llogo porq ca asi ho fazer/ he q ho q lhes dei no carçere aõtes q se fizese o auto q me mãodasẽ a miçia gomez a sãota cõba q se lho não mãodarão haymda q ho dẽ a vm pa q lho lleve e por sinal q lhe cosi hũa cõta na sua caRapusa de doo/ e do q vm pasar helles secretamẽte fara cõta a misia guomẽz porq se ho não tẽ arecadado q ho mãode arecadar//. follgara muito d estar parte e a tẽpo pa lhe fazer allgũ serviço mas cõfio noso snor q se me der vida sirva esta m as mais a heses snores de sãota cõba q lhe pareser e a snor seu sogro e cunhado beije as



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