O autor pede ao seu primo (a quem trata por sobrinho) notícias do seu negócio, fala-lhe do que escreveu a sua irmã, Filipa de Abrunhosa, e do futuro dos seus filhos e filhas.
d flça
a 16 d jugno 1602
Snor sobrinho dias ha não vi carta vosa nẽ novas
do negoçio do sr pero barreto desejo ouvir o successo
delle, e o q he de vos e que fazeis, ẽ este cor
reio escrevo a felippa de brinhosa q deveria
procurar virse pera caa pois o deseja, cö
a molher de visorei de napoles e lhe diguo meu
pareçer porq me tem escrito q se quer
vir para caa folguaria q viese cö trazer
algua cousa de seu, q lhe servisse pa depois
de mï q por boa rezam de naturesa a
de viver mais q eu, e depois de mï he
necessario q tenha cö q viver, meus
filhos os machos terão hũa capa e espa
da as femeas procurarei em breve
ds querendo de as fazer freiras pa q
fiquem abriguadas e q não ajam de
pedir o pam a nimguem, o q ella não
pode fazer. E trazendo de la algum
abriguo sera asas hum de meus
filhos q espero ds querendo q em
breve se faça doutor em leis
podendo fazerse cleriguo pa estar cö
ella e acompagnar o fara, o outro
quer ser mercante, q ds q todos os
doutores sam pobres como he verdade
estamos a ds graças de saude e este sam joam
ds querendo minha filha Maria se veste freira
e toma o abito em a ordem de sam bento. me
custa 2200. crusados, e folguara q a outra fora
boa de idade pera q fizese o mesmo em meu tpo.
o sr ds vos guarde e dee tudo o q pode emcomendaime
em m de vosa tia e irmã. voso tio
Valerio brinhosa
o padre frei boaventura jaa
não esta em escarperia
he ido a outro convento
prior longe daqui 40 milhas