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1633. Carta de Domingos Monteiro (o Chapado), artilheiro, para o seu pai, Domingos Francisco (o Chapado), barbeiro de espadas.
Author(s)
Domingos Monteiro
Addressee(s)
Domingos Francisco
Summary
O autor relata o que tem passado e garante o envio de certas encomendas, transmitindo muitas lembranças a familiares e amigos. Comenta uma série de factos que tem vivenciado naquelas partes do Oriente, como sejam a prostituição, o custo em amealhar dinheiro, a carestia dos bens, as ordens régias que obrigavam à permanência por longos períodos e os salários competentes, as relações adulterinas dos portugueses, o seu desinteresse em manter contacto com as suas mulheres e família em Portugal, entre outros.
sahio por Juis do oficio de Vm e por escrivão e compradores
não lhe mãndo agora nada porque não estou em goa mas
estamos esperando que venha a esta Cidade de diuu aonde fiquo
morador a cafela de cambaia então lhe mandarei os fardos
d arros e calsois branquos e algũs canequis e o que eu puder qua de
presa se vai hũ anno e tudo ha de ir por via do filho do sor simão
galvão e em mantas vou ajuntando as pataquas dos quarteis,
e mto bem fechadas por que não aborlesão nem se danem deme
Vm mtos recados aquela velinha que vai todos os dias a nossa snora
da vitoria a puxar pella campainha que me emcomende mto
a nossa snora da vitoria nos devensimto nestas partes contra os ma
lavares e orlandezes que eu lhe mandarei pa o anno ds querendo
pa fazer hũ par de capelos, ao sor gerardo glz me de mtos recados
que espero, em ds que ainda nos avemos de ver e que ainda esta
vivo quem aguentou aquela ilha antigua que ainda nos ave
mos de ver com outra entre mãos mtos recados me de ao sor agostinho
d abreu que sou seu criado o seu obreiro a salvamto e ao sor luquas
de canes e a e ao seu obreiro e ao sor mel friz e ao sor dominguos dias
e ao sor bartolameu luis e ao seu obreiro luis gonsalves que nesta
Cidade de diuu fiqua hũ seu irmão que se chama gaspar roiz
mto bem desposto e valente e anda no meu navio os mesmos recados
ao sor meu padrinho João de brito e ao sor romão Jorge e ao sor
matheus nunes e ao sor mel roiz nosso vezinho que foi e a sora
Izabel pinheira e a matheus e que eu lhe mandarei as suas
promesas e ao sor mel Jorge e ao patrisio de Vm que esta com
elle na sua tenda e ao sor frco rebelo e a sora sua hospeda que
ainda hei de ir a tempo pa levaremos a sora sua filha a porta
da igreja ao sor migel alvres que sou seu ate morte e que
pello tempo adiante ele o vera dandome ds vida e saude
ao sor, domingos pires e a brás pires tãobem me de meus recados que
qua estou esperando por elle e quando não eu lhe mandarei,
a ambos pa hũ par de manteus pa o anno ao sor ambrozio jaques
tãobem meus recados que eu lhe prometo de lhe mandar pa
a sua filha pa fazer hũ vistido que me emcomende a nossa
sora do rosario, ao sor mais recados ao sor,
anto lourenso e ao sor, bastião de xares os mesmos e juntamente
ao meu sor fernão mendes e a todos os mais que por mim pergun
tarem a Vm e no cabo de todos estes amigos d alma em parti
cular, ao meu amigo do corasão e de Vm simão da costa e a sora
sua molher maria pedroza que eu lhe mandarei o que lhe
pormeti pa o anno que ainda não tenho mto fato de meu e que
espero em deos de ter pão mto sedo que me encomende a deos
em suas orasois eu eu o mais depresa que poder ir a goa hei de
ir pa mandar a Vm o que tenho na vontade e pa a sua tenda
que ponhão os olhos nella e juntamte em Vm porque levo