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CARDS8036

1807. Carta de José Gonçalves Castelhano, foreiro, para António Vidal Ferreira Pinto, padre.

ResumoO autor pede ao destinatário que se desloque aolugar onde vive para aí celebrar uma missa de corpo presente.
Autor(es) José Gonçalves Castelhano
Destinatário(s) António Vidal Ferreira Pinto            
De Brasil, Maranhão, Olim
Para Brasil, Maranhão, Cururupú
Contexto

O capelão de Cururupú, o Reverendo António Vidal Ferreira Pinto, foi denunciado em 1813 por um lavrador inimigo, José Gonçalves Castelhano, enquanto culpado de uma série de crimes. O réu foi acusado de viver "escandalosamente amancebado durante mais de nove anos com Faustina Teresa, mulher casada com o alferes António dos Reis", e ainda "concubinado de portas adentro com a preta forra Maria Benedita." Disse-se ainda que era "muito remisso na administração dos sacramentos, como aconteceu com um homem branco, filho de Portugal, e com uma escrava chamada Iria do Padre António Alves Domingues", e também "um refinado negociante." Dava "conto e asilo a homens facinorosos e degredados, como um João Alves, homem de tão péssimo caráter que tem chegado a forçar algumas mulheres, dado pancadas" e era "costumado a apanhar cartas alheias para as abrir e ler e, por este meio, descobrir os segredos das famílias e dos particulares." Fazia "um notório e sórdido monopólio dos mesmos sacramentos, não batizando senão por mil e seiscentos réis, quando a esmola que recebe o pároco não excede a quatrocentos réis, e não assistindo ao sacramento do matrimónio sem que lhe deem três mil e duzentos réis." O autor do processo, no entanto, acusou também o dito padre de um crime mais banal. A 25 de setembro de 1812, o padre teria cometido contra si um "rigoroso furto": o roubo de um boi de carro, mandando-o matar "por dois dos seus agregados, com o pretexto de que tinha ido à sua roça", fazendo com que se enterrasse o coiro e a cabeça do animal "para que se não descobrisse o malefício" e conduzindo a carne para sua casa. Ao fim de um processo criminal que durou 6 anos, o capelão acabou absolvido.

Suporte meia folha de papel dobrada, escrita nas duas primeiras faces e com o sobrescrito na última.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra J, Maço 3, Número 17, Caixa 11
Fólios 324r-v; 325v
Socio-Historical Keywords Rita Marquilhas
Transcrição Cristina Albino
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Rita Marquilhas
Modernização Rita Marquilhas
Data da transcrição2007

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Mto Rdo Sor Pe Antonio Bidal Ferreira Pinto Ge Deos em s fazenda Mto Rdo Sr Pe Anto Vidal Ferra Pinto Olim 31 de Agosto de 1807

Partiçipo a vmce q faleçido o doente q vmce aqui veio fazerlhe a esmolla comfeçar

E por este respeito vou por esta rogar-lhe se quer fazer a esmolla dizer-lhe hua miça de corpo preze amanham ou qdo poder, e pa a da miça remeto dentro desta 30 q perdoara a poquidade pois as suas poçes não permite mais, e tãobem dezo saber de vmce se lhe pode dizer mais em miças meia capella cazo poça ser mande me dizer pa lhe mandar o dro e dezo q seja logo ditas podendo ser lhe serei obro pelo dezo q tenho de servir a alma deste irmão pois não tem nesta tera qm se doua delle etc. Estimarei a sua boa saude a qual lhe dezejo como qm he

de vmce Amo mto obro e menor Cr Joze Glz Castilhano

Legenda:

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