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Maarten Janssen, 2014-

PSCR2549

[1757]. Carta de Manuel Soares de Oliveira, escrevente, para José Rodrigues Ferreira, cura.

Author(s) Manuel Soares de Oliveira      
Addressee(s) José Rodrigues Ferreira      
In English

Private letter from Manuel Soares de Oliveira, scribe, to José Rodrigues Ferreira, cure.

The author claims to have been able to obtain the permission for his marriage and expresses his disconsolation towads the attitude of the cure.

The defendant in this process is Manuel Soares de Oliveira, old-Christian, 42, scribbe, born and resident in Recife, Pernambuco, Brazil, who was accused of bigamy. His parents are Manuel Soares de Oliveira (tanner) and Brízida Ferreira. The defendant married a first time with Ana Maria Rodrigues, wwith whom he lived only a year and had no children, and married a second time, in August 27, 1757, with Joana Maria da Conceição, daughter of captain João da Rocha Freire, with whom he had a son. The defendant used false justification and license to marry the second time, since his first wife was still alive. According to the records, his first wife had run away with a man who had a boat business with the excuse that she would get some belongings at some relatives' house because she suffered mistreatment at the hands of the defendant, who already had stripped her of all her gold. In turn, in his testimony the defendant claims to have been forced to marry for the second time because the brothers of his second wife caught him with her and threatened to kill him if he did not marry her. However, the various documents submitted to the table of the Inquisition prove that José Rodrigues Ferreira had already warned the defendant he could not marry and had made efforts to prevent this. The defendant was arrested on May 20, 1761, and, in a private auto-da-fe on February 16, 1765, was sentenced to be publicly whipped and to row in the galleys for three years, among other punishments.

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Mto R Sr P Cura Joze Roiz Frra

Vou a prezença de vm do modo possivel pedirlhe q patienter me audeat, dizendo como dice o Apostollo S Paullo qdo se vio acuzado na prezença do Rey de Agripa, extimo me beatum aput te, cum sim defensurus me odie. He possivel senhor q chegaçe a sua paixão ate extremo q proferice contra mim tantas palavras injuriozas qtas tem experimentado a minha inocencia, não merecendo eu seme tyrania, q uzaçe vm comigo tantas ingratidõens sabendo que era tanto seo amo que por seu respeito deixei a compa de may e Irmãons amando-o e servindo-o em tudo sem repugnancia alguã em tudo qto me ordenava, não posso snr acabar comigo a creditar q vm obre contra mim, o q me dizem, mas como nasçi infelis mto mais admiro, no mundo, porem senhor se não ouvessem ingratidoens não terião lustre as finezas;

Rmo Snr remeto a vm os meus banhos incluzos corridos sem impedimto na minha frega e lugar onde vm não ignora morava e donde sou mto conhecidos pello escram Coimbra e vm conheçe as letras tanto do cura da Se como do mesmo coimbra; e se isto não basta pa justificar a minha inocençia pa com vm peçolhe pello amor q mostrava terme supra a sua prudencia e eu estou sugeito a fazer e seguir tudo qto vm me ordenar mandey pa a Bahia fazer a mesma deligençia e se necesro he asignarey tro de aprezentar Documtos na forma q vm ordenar como dito tenho, e asim sacrifico como sacrificado tenho toda a minha vonte a sua ou a seo gosto e della disponha porq quero seguir o q vm ordenar; e se he certo o q dizem q vm por todas as vias tinha mandado ordems pa eu ser prezo, respondo a isso meo amo do coração que se o intentaçe não havião de conseguir tal porq me formou a natureza com maons havia triumfar de mim mesmo perdoeme este dizer se nisto aggro.

Meo Rmo Snr comsomeme huma grde pena q desse vmce ocaziõens de q tanto se tenha fallado de mim, porq pa amo como nos, não era necesro tanto extrondo mais so chamarme e reprehenderme Paternalme porem so lhe peço q com essez banhos em q me mostro verdadro me faça tão bem a mim nesta terra, e se vm por apaixonado contra mim quer ou intenta (quod absitamê) alguã couza estou prompto pa receber todos os castigos penalidades, trabalhos e tudo qto possa haver no mundo por gosto de vm

Não digo mais senão q lhe peço e rogo q não seja contra qm sempre foy seo amo e se amicus est alter ego, veja q se ofende a sy mesmo ofendendome a mim, Dezejo mto fallarlhe sendo q vm queira por ter q lhe dizer q em papel não posso e sendo q me faça esta mce mandeme dizer adonde q eu serey certo em seguir as suas ordems Deos ge a vm ms

De vmce o mayor amigo usque ad Aras Soarez


Legenda:

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