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Maarten Janssen, 2014-

CARDS1096

1718. Carta de João Martins da Silva para destinatário anónimo.

SummaryO autor pede para ser ouvido na cadeia sobre um testemunho que quer dar à Inquisição.
Author(s) João Martins da Silva
Addressee(s) Anónimo292            
From Portugal, Porto
To S.l.
Context

O réu deste processo é João Martins da Silva, natural de Vila Boa do Bispo. Foi preso pelo crime de bigamia. A sua primeira mulher chamava-se Ana Francisca. Após dois anos de matrimónio, João Martins da Silva foi para Lisboa e depois para o Porto. Nesta cidade, tornou a casar, com Ângela Fernandes, alegando ter ouvido dizer que Ana Francisca tinha morrido. Todavia, ela estava viva e ele sabia-o. Por esta razão, quando se casou com Ângela Fernandes passou a anunciar-se, em Vila Boa do Bispo, como "João da Silva". Foi condenado a seis anos de degredo para as galés, a abjuração de lei e a ser "açoitado pelas ruas públicas". Após alguns anos nas galés (possivelmente três), João Martins da Silva, por se sentir doente, escreveu ao Inquisidor Geral pedindo-lhe que o deixasse ir para a sua terra, por seis meses, para se curar. Pedido que foi aceite. Quando ficou melhor, conheceu e "se amigou" com Maria de Queirós. Os dois partiram para São Tiago da Galiza. Aí ele pedia esmola como romeiro e declarava nas petições "que era sua mulher a dita Maria de Queirós". Foram novamente presos em Vila Nova de Cerveira por afirmarem que eram ciganos, e remetidos para a Cadeia da Relação do Porto. Quando regressou à cadeia, João Martins passou a apelidar-se de João de Melo. Na cadeia do Porto, pediu para ir para o degredo porque preferia esse castigo ao de estar preso. Em 24 de outubro de 1720, foi remetido novamente para as galés para concluir o degredo.

Support meia folha de papel dobrada escrita na segunda e na terceira faces
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Coimbra
Archival Reference Processo 8061
Folios 85r
Transcription Ana Guilherme
Standardization Catarina Carvalheiro
POS annotation Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Transcription date2009

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Meu Sor Rdo pe Comisario sumamte estimarei q estas sifradas lletras achem a Vmce Com a felis saude q eu pa mim dezejo da minha ainda q preso senpre no dispor de Vmce Meu sor aqui estou prezo nesta Cadeia q vim de villa nova pa esta a Coal vim em huã lleva Com os mais prezos e mais huã mer e asim como cheguei por ser temido a Comsiansia e christam velho pela graSa de deus mandei lloguo avizar a vosas patrinidades porq não podia avizar mais sedo porCoanto me não dexavam escrever e portanto peso a vosas patrinidades Senhores q tenho q Comfesar diante deles e mais huã mer Com culpas q se tem com cometido e alguns sam de mia q pertendem a nosa Santa fe catolica e peso a Vmce q sendo esta intregue me dara loguo loguo porte aqueles senhores pa q eu va Comfesar a minha culpa diante deles aqu ela mer e mandandome suas sinhorias buscar a esta Cadeia não a de ser emquanto q eu hirei algimado por meu pe porCoanto- quero pedir miziricordia e favor a suas senhorias porCoanto estou Culpado a ese Samto tribunal não se infadem suas senhorias a bucar informasam porCoanto eu mesmo a quero dar diante de suas senhorias e o meu nome he joam martins da silva e dominguas alqueiras se chama a mer porem vindo a preguntar por mim preguntaram por joam de melo porq asim esta no asento q fui prezo vindo de santiaguo Cuidando o juis de fora q eu hera siguano e espero por a Reposta de vosas sinhorias e sera intregue nesta inxovia do meio e Com isto o Senhor gde a vosas sinhorias Como dezejo

da Cadeia hoje 22 de junho hoje de junho de 1718 a Servo de VosasSinhorias Joam martins da Silva

e preguntem a vosas sinhorias por João de melo


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