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Este processo diz respeito ao padre Manuel do Paraíso, da ordem de São Francisco do Algarve, natural da Charneca (Lisboa) e morador no Convento de Nossa Senhora do Loureto em Santiago do Cacém, acusado de solicitação. O réu foi comissário dos terceiros em Montemor o Novo, tinha 40 anos de idade, era filho de Luís Rodrigues e de Luísa de Araújo. Foi preso a 21 de Agosto de 1726 e condenado uma primeira vez a suspensão do exercício de suas ordens por tempo de cinco anos, impedido de confessar para sempre e degredo por dez anos para o Convento de Estombar com dois anos de reclusão no cárcere, penas e penitências espirituais. Como o réu não cumpriu a sua pena, voltando a confessar na sua sela como se pode ver pela carta por ele escrita, foi condenado uma segunda vez a mais um ano de suspensão do exercício de suas ordens, com seis meses de cárcere. No entanto, o réu adoeceu gravemente devido ao frio e à humidade da sela. As cartas transcritas foram entregues à mesa da Inquisição pelo destinatário, Francisoc Lopes. As ditas cartas foram entregues ao destinatário em mãos, juntas, por uns religiosos de S. Francisco do Algarve.
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