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uma folha de papel dobrada, escrita nas duas últimas faces. As duas primeiras faces têm outra carta, enviada pelo irmão da autora
quatro linhas em branco entre a cruz do cabeçalho e o início do texto.
sinal de cruz
A autora envia condolências por ocasião da morte da mãe do destinatário.
Reproduções não dispensam licença da DGARQ/TT.
Diogo da Horta e o seu irmão, Fernão da Horta, foram acusados de judaísmo e presos pela Inquisição de Lisboa. Diogo da Horta (Proc. IL 229) foi o primeiro a ser preso, a 05/03/1596. Da prisão escreveu duas cartas em pedaços de tecido. Contudo, António de Melo, que estava preso por se fazer passar por familiar do Santo Ofício e por "passar recados dos presos", denunciou-o entregando as cartas como prova na Mesa do Santo Ofício. De acordo com o testemunho deste denunciante, Diogo da Horta "fez os ditos panos de uma toalha da Índia que o dito Diogo da Horta tinha no seu fato e [ele, António de Melo], lhe viu fazer a tinta de vinagre e de fumo da candeia que tomava em uma telha e fez a pena de um pau de vassoura e..." coseu os ditos panos entre o forro dos calções de António de Melo.
Depois da entrega das provas à Inquisição, Fernão da Horta (proc. IL 12087) foi preso, acusado também de judaísmo. Do seu processo constam mais duas cartas, que foram entregues na Mesa do Santo Ofício pelo correio-mor em agosto de 1597. Tinha-as recebido de Duarte Gonçalves da Horta e de Filipa Gomes, seus tios, cristãos-novos, que tinham saído de Portugal e viviam em Veneza.
Condolences letter from Filipa Gomes, a merchant's widow, to her nephew Fernão da Horta, a merchant, trader and banker.
The author sends her condolences from Venice to Lisbon for the passing of her sister in law, mother of the addressee.
The New Christians Diogo da Horta and Fernão da Horta were arrested by the Inquisition on the charge of Judaism. Diogo da Horta was the first to be arrested. He wrote two letters on some pieces of fabric, one to his brother Fernão da Horta and another to a letter carrier who denounced him. This latter, António de Melo, told the court how Diogo da Horta managed to write in prison: he made the support from a towel of Indian fabric, the ink from vinegar and candle smoke, which he collected using a roof tile, and the pen from a broomstick. The brother was arrested later, precisely because of this correspondence.
ca
dade
te
mão
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damos