O autor escreve a José Joaquim Aires de Carvalho censurando-o por já não ser seu amigo.
[1] | o não posso
igualar, contudo em sentimtos de honra tenho perzen
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[2] | ção d' igualar a
Vmce ora pois se os meos Amos me abandonão q
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[3] | farão os conhecidos? Destes
peior devo esperar, mas tenho vis
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[4] | to o contro estes são de qm tenho ricebido mil
favores; com q ja
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[5] | considero o q Vmce em outro tempo blazonava
de mim athe aos
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[6] | Astros, hoje abaixo do Centro da terra so Cavado mas refleccio
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[7] | ne bem q
suposto mudei de Pais, não de sentimtos e se a este respto
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[8] | não abrir os olhos, e se
persuadir q aqui mmo me poderei utilizar
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[9] | de algas migalhas suas,
ou q lhe pertenção, então meterme-hei
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[10] | em hum fraco lenho, e nelle me entreguarei as furiozas
ondas
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[11] | do empolado Mar, e irei habitar em remotos climas, onde poucos
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[12] | ou nenhum conhecer possa o meu tão rediculo
caracter; este sera
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[13] | o meio de Vmce se ver dezafrontado de mim
e como em algm tempo
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[14] | fui seu socio nos prazeres, hoje em dissabores não
o quero enclu
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[15] | ir, q pa disgraçado eu só sou baste e
so me resta a pena de q de
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[16] | mim
se esquiva, e sem q saber eu possa disso a cauza q
Vmce en
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[17] | contre mtos
Aos e q destes amizde lhe seja mais util q a ma
pr isso
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[18] | q comunais grandezas ostentar podem, isso pa mim sera hũa
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gloria e hũa satisfação talvez ao ler esta me argua d' atrevido
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[20] | e tolo, mas não tem nacesside de
adevertir, o q eu tam bem conhe
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[21] | ço prqto sei athe onde se estende a ma
ignorancia as novides aqui
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[22] | hoje são q o exercito da Russia esta a entrar na França, mas
não
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[23] | ovi ainda pr officio
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sou seu
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[25] | servo e obgmo
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[26] |
Joze Dias de Carvalho Ameno
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