O autor, um criado, escreve ao antigo patrão, a quem furtou dinheiro, pedindo o seu auxílio e mostrando-se arrependido.
[1] | Só VSa he que me pode salvar, e mais nin
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[2] | guem desculpando algum defeito que tenha
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[3] | commettido
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[5] | Triste e desgraçado me vejo sem liberdade
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[6] | agora Senhor VSa deve ser o meo Deos, e o
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[7] | meo Pay para minha salvação
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[9] | Quando escrevi huma Carta a VSa a humil
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[10] | darme e mostrarlhe que só de VSa podia es
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[11] | perar o meo soccego, ainda não estava prezo
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[12] | Agora esta já he datada e escripta em a
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[13] | Enxovia da Cadea desta terra. E pelo
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[14] | abatimento em que me vejo nem posso assignar
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[15] | o meo nome porem esta letra já ha de ser
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[16] | conhecida de VSa
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[17] | Aos Ceos apraz e que VSa tenha compaixão
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[18] | do desgraçado
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[19] | Cro de VSa
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Joze Antonio Ferreira da Cruz
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